A trajetória e o legado do músico catarinense Pedro Raymundo serão destacados em grande reportagem que Agora Laguna publicará no próximo domingo, 9, data que assinala a passagem dos 50 anos de sua morte, ocorrida em 1973 na cidade de Niterói (RJ). O conteúdo será disponibilizado no portal e nas redes sociais no formato de audiovisual associado com texto.
Nascido em 29 de junho de 1906, o músico era natural de Imaruí e viveu em Laguna nos anos 1920. A vivência por aqui lhe deixou marcas e lembranças que renderam a composição de Saudades de Laguna tida por muitos como a maior declaração pública de amor pelo município já feita por um lagunista, termo que os lagunenses usam para designar aqueles que são de fora, mas que possuem uma relação de afeto e carinho para com o município.
Com cartaz forte no Rio Grande do Sul e popularidade nacional alcançada graças às rádios cariocas, Pedro Raymundo também compôs e gravou outras canções como Escadaria, Na casa do Zebedeu e o seu principal sucesso, Adeus Mariana, que completa 80 anos de seu lançamento em 2023. Esta última música se traduz na principal peça musical de sua obra pelas sucessivas regravações nas vozes de Sérgio Reis, Tonico e Tinoco, Gaúcho da Fronteira, entre outros.
Para falar de Pedro Raymundo, a equipe entrevistou o afilhado do artista Pedro Raymundo Sobrinho; os músicos tradicionistas Teixeirinha Filho e Gaúcho da Fronteira; o diretor de Pesquisa do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Jeandro Garcia; o pesquisador e escritor gaúcho Israel Lopes, de São Borja (RS), que tem dois livros sobre o “gaúcho alegre do rádio”; além de outros personagens como os carnavalescos Thiago Laurindo e Marlon Barbosa, da escola de samba Vila Isabel, que anunciou enredo inspirado na vida e obra do músico de Imaruí.
Ao comentar a ideia levantada por Agora Laguna, Teixeirinha Filho defendeu que iniciativas como essa, reforçam ainda mais o papel de pioneirismo de Pedro Raymundo. “Existem muitos sucessos e toda hora surgem nomes, mas não podemos esquecer a nossa história, que é importantíssima”, defende o músico, herdeiro do legado de outro grande nome do cancioneiro gaúcho Teixeirinha. “Uma satisfação muito grande ter participado, sempre muito bom falar sobre o filho de Imaruí”, pontua Lopes.
A produção da reportagem foi de Luís Claudio Abreu com captação de imagens de Filipe Araújo, e colaboração de vários profissionais ligados à música e à comunicação sulista. Para montar a matéria, foram gravadas cenas em Laguna e em Imaruí, incluindo imagens da sanfona preservada desde 1973 no Museu Anita Garibaldi, um presente dedicado pelo músico à cidade pouco antes de morrer. Cenas raras do filme Nobreza gaúcha, de 1958, onde o artista fez participação, e trechos de músicas de suas músicas reforçam o conteúdo.