Os investigadores envolvidos nas apurações dos fatos que levaram à Operação Mensageiro foram ouvidos novamente, nesta segunda-feira, 5, em audiência relativa ao processo do prefeito Deyvisonn de Souza (MDB), de Pescaria Brava, cuja defesa diz ser inocente das acusações. O chefe do Executivo completa seis meses detido na terça-feira, 6. A oitiva ocorreu no Fórum de Joinville e foi conduzida pela desembargadora Cíntia Beatriz Schaeffer. Os relatos foram divulgados pelo portal ND+.
Recluso no Presídio Santa Augusta, em Criciúma, Souza foi tornado réu em abril e já teve a liberdade negada em Florianópolis e em Brasília. De acordo com o site, o delegado Welliton Bosse, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), equipe do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), disse que os policiais vinham acompanhando os passos do “mensageiro” até a redução de suas viagens pelo estado em 2022. “Ficamos preocupados que tinha vazado algo da investigação. Ele mudou a rotina dele, mudou os veículos, desligou telefones. Mudança repetina do esquema criminoso. Delações informaram que ele estava com receio de ser investigado e pediu uma pausa no esquema.”, relatou.
As mudanças tornaram o acompanhamento mais difícil. Para Bosse, por esse motivo, não foi possível flagrar pessoalmente a entrega de propina para o prefeito de Pescaria Brava, cidade onde a Versa Engenharia (antiga Serrana) mantém um aterro e contrato ativo com a prefeitura. Na época, houve registros de viagens do mensageiro, cujo nome não pode ser divulgado pela imprensa por decisão judicial, pelo Sul catarinense e houve identificação de entrega de propinas em flagrante nas cidades de Lages, Barra do Sul e Tubarão.
O Gaeco aponta que o prefeito recebeu R$ 15 mil no final de 2016, antes de ser empossado, como forma de beneficiar a empresa em sua gestão e depois passou a receber R$ 3 mil mensais, pagos de forma conjunta a cada cinco ou seis meses. Bosse diz que, apesar de não haver flagrante, o nome do político estava na planilha de pagamentos da Versa e foram encontrados R$ 10 mil em sua casa. A defesa de Deyvisonn Souza alega falta de provas e afirma que o réu é inocente.