Ruas do Centro Histórico de Laguna foram percorridas, na manhã desta segunda-feira, 3, por uma caminhada com objetivo de conscientizar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo ou TEA é marcado por ser um conjunto de síndromes caracterizado por problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e também no comportamento social da criança. “O autismo não é uma doença, é uma condição de vida e nós temos que nos adaptar também”, esclarece a psicóloga Daniela Bauermann.
A passeata foi organizada pelas associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e dos Pais e Amigos dos Autistas (AMA), além de apoio da Anjo Azul e Secretaria Municipal de Educação e Esportes.
Os sintomas do autismo são: fobias, agressividade, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de relacionamento, por exemplo. No entanto, vale ressaltar que o autismo é único para cada pessoa. Existem vários níveis diferentes de autismo, até mesmo pessoas que apresentam o transtorno, mas sem nenhum tipo de atraso mental.
Ontem, dia 2, foi a data mundial de conscientização sobre o TEA. A data foi instituída há mais de dez anos, visando chamar a atenção para a situação das pessoas portadoras da condição.
Preconceito associado à falta de informações
Para a neurologista pediátrica e neurogeneticista brasileira Isabella Peixoto Barcelos, médica do Hospital Pediátrico da Filadélfia, o preconceito sobre transtornos do espectro autista (TEA) está associado à falta de informações. “Muito do preconceito que se tem hoje vem da falta de conhecimento que ainda existe sobre autismo. As pessoas acham que a criança ou o adulto que tem diagnóstico de transtorno de espectro autista tem limitações que, na verdade, eles não têm. E ignoram que eles têm muitas qualidades que não fazem ideia”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com a especialista, o desenvolvimento é possível com terapias adequadas. No entanto, adverte que, para chegar a esse nível de formação, terapeutas brasileiros precisam ter uma formação que inclua graduação, mestrado em terapia comportamental com, pelo menos, 1,5 mil horas práticas. “A terapia certa muda a vida dessas crianças, levando-as a conviver em sociedade”, pontuou.