Um dos lanchões que trouxe Giuseppe Garibaldi e os revoltosos farroupilhas para tomar o porto de Laguna e proclamar a República Catarinense, o Seival voltará à cidade juliana. Um projeto audacioso de um professor gaúcho resultou na construção de uma réplica idêntica à embarcação farrapa de 1839. O original foi destruído entre 1915 e 1917, quando já havia sido denominado de Garrafão e estava fundeado nas águas lagunenses.

O projeto de construção começou há dois anos e foi finalizado há poucos meses. Foram investidos R$ 600 mil, segundo o professor Antônio Rodrigues, que é de Passo Fundo (RS), mas se mudou para a cidade de Camaquã, já que teria sido o local onde os farrapos montaram as estruturas em madeira que deram origem ao que foi o Seival.

O barco pesa 15 toneladas aproximadas e tem 15 metros de comprimento, com largura de 3,8 metros e altura de 3,2 metros. Rodrigues usou plantas de embarcações, relatos históricos e fotos para basear a empreitada. “Faço pesquisa, busco materiais, pego nas ferramentas, tudo com apoio da família e de amigos”, relata o educador.

Há quatro dias, o Seival está navegando em águas gaúchas para adentrar no mar catarinense. A embarcação será utilizada na encenação da Tomada de Laguna, que acontece entre 21 e 24 de setembro. “Fizemos até agora 170 milhas. Navegamos bastante a motor à noite, questão de segurança, mas também conseguimos utilizar bastante a vela. A tripulação é composta por sete pessoas. Alguns tem experiência, bastante experiência em alto mar, ou são amadores, assim como eu, mas é tripulação muito capacitada”, diz o advogado Lucas Cadorin que acompanha esse empreitada até Laguna.

A previsão é que o barco chegue à cidade na manhã de quinta-feira, 15, onde deve ser recepcionado com festa, relembrando a época em que Laguna tinha grande importância marítima.