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Comunidades cobram melhorias um ano após estragos e prefeitura finaliza alteração em projeto

Segundo o secretário Patrick Neves, do Planejamento Urbano, o projeto de reparo já existe e foi elaborado por uma empresa contratada pela prefeitura ainda em 2021. "A Defesa Civil nacional fez a análise e encaminhou para nós analisarmos o que tinha de ser refeito no material técnico e para atualizar a planilha orçamentária, bem como o cronograma físico-financeiro", explica.
Foto: André Luiz/Agora Laguna

O dia nem bem tinha amanhecido e quem passasse pela rodovia municipal João Batista Wendhausen Moraes, no Distrito de Ribeirão Pequeno, veria que na altura de Morro Grande, um boneco em forma de protesto foi colocado. O ‘Genoveno’, como foi chamado, foi a forma que algum morador da região encontrou para manifestar que, nesta quinta-feira, 9, faz exatamente um ano que a estrada foi duramente afetada por uma forte chuva.

A precipitação se concentrou na região e em um único dia conseguiu superar a média histórica para um mês de junho em Laguna. “Um fato curioso é que a média histórica é 80 milímetros para o mês todo e na estação próxima à Ponte Anita Garibaldi choveu 120 milímetros das 6h às 10h. Em quatro horas, choveu ‘o mês todo’ e mais 50%. Ela concentrou e por isso essa enxurrada toda”, explicou o climatologista da Epagri/Ciram, Márcio Sônego, ao Portal na época. Ao todo, foram 177 milímetros.

A chuva forte provocou danos no asfalto da rodovia, que começou a ser asfaltada em 2018, marcando a realização de um sonho antigo das comunidades integrantes do centenário distrito. Laércio Vitorino de Oliveira é professor e uma das vozes comunitárias mais atuantes na região. Ele não esconde sua tristeza com a situação. “Achamos que a rodovia foi feita à toque de caixa, mal feita. A grossura é fina e a gente via que o tipo de asfalto como foi feito não duraria muito tempo e de fato aconteceu isso”, avalia.

Protesto hoje pela manhã. Divulgação.

Para o educador, um dos fatores que contribuiu para a péssima qualidade do asfalto, foi a ausência de fiscalização não só por parte do poder público, mas da própria comunidade. “Não adianta chorar pelo leite derramado. A realidade é que a rodovia já apresentava vários problemas e veio a enxurrada e danificou vários trechos e pedaços”. Os moradores cobram agilidade no processo de reparos, uma vez que em março deste ano foi liberado o valor de pouco mais de R$ 426 mil para as intervenções.

O processo burocrático, porém, não acompanhou essa liberação. Segundo o secretário Patrick Neves, do Planejamento Urbano, o projeto de reparo já existe e foi elaborado por uma empresa contratada pela prefeitura ainda em 2021. “A Defesa Civil nacional fez a análise e encaminhou para nós analisarmos o que tinha de ser refeito no material técnico e para atualizar a planilha orçamentária, bem como o cronograma físico-financeiro”, explica.

A atualização elevou o valor para pouco mais de R$ 500 mil e o prazo para o envio da nova documentação encerra esta semana e a prefeitura trabalha para encaminhar os documentos no tempo hábil, conforme o gestor. O município também precisou renovar a anotação de responsabilidade técnica (ART) do projeto executivo. Até que esse processo seja concluído, o dinheiro esteja depositado e o município possa executar a ação de manutenção no asfalto necessária, as intervenções que continuarão acontecendo serão paliativas.

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