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Coordenador da Cufa lamenta apagamento de grafites e proprietária se justifica

Artistas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Suécia, Itália e Estados Unidos auxiliaram na produção da intervenção artística.
Foto: André Luiz/Agora Laguna

Os grafites pintados em 2016, como parte do projeto Trilhando cores, da Central Única das Favelas (Cufa), no prédio da antiga Nipo Brasileira, no cais da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, em Laguna, foram apagados na última semana. Uma parte já havia sido apagada um ano atrás para dar lugar à publicidade comercial.

Para o coordenador da Cufa, Vinicius Lauffer, o Billy, o apagamento do mural é “uma pena”. “Perdemos todos, perde a cultura, a arte. Era difícil passar e não ver alguém fotografando ou filmando o ponto que se tornou referência artística e cultural para Laguna e região”, comenta.

Artistas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Suécia, Itália e Estados Unidos auxiliaram na produção da intervenção artística, alvo principal do projeto, que tinha apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). “Podíamos ter chego a um denominador comum entre o proprietário e a Cufa para poder chegar a uma nova edição do projeto. Aquele era um espaço muito feio, sem pintura, cartazes colados e fizemos o preparo para receber a arte”, acrescenta. Segundo Lauffer, a entidade busca parceiros e locais para uma nova edição.

Portal abordou o assunto em 2021, quando parte do mural foi ocupado por publicidade comercial. A proprietária, Sandra Hamadi, foi procurada e voltou a reafirmar seu posicionamento: “Somos amantes da arte e somos a favor de expor ela sempre. Foi por esse amor que tivemos a ideia de ceder o nosso espaço privado, que é de grande visibilidade, para variados artistas de rua pintarem o nosso muro com toda sua beleza. Isso foi de fato uma riqueza para a cidade e temos muito orgulho disso”.

E completou: “Para ajudar a custear o nosso imóvel, a única saída foi colocar as propagandas no muro. Temos ciência de que essa arte tem muito valor, para nós e para nossa cidade, e ficamos muito felizes em participar e incentivar essa revolução cultural em Laguna, porém as propagandas são exclusivamente um meio de assegurar financeiramente o nosso imóvel. Esperamos que vocês nos compreendam. Os tempos não estão fáceis e temos que nos manter firmes”, afirma.