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‘Na sala de Glória’ recorda talento e voz de Glorinha Pegorara, a rainha do samba lagunense

Projeto é extensão de um documentário que Guilherme começou a fazer ainda em 2020 para resgatar a história da avó, que marcou época com seu conjunto regional e que se orgulhava dos locais onde se apresentou, como numa vez lá no Palácio Barriga-Verde, em Florianópolis, onde funcionava a sede administrativa do governo. 
Guilherme e Glorinha durante as gravações. Foto: Alícia Marques/Colaboração/Agora Laguna
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Pouco antes de ter sua voz calada pela pandemia do novo coronavírus, Maria da Glória Barreto Pegorara ouviu do neto a promessa de que teria sua história mostrada ao mundo e o exemplo de mulher artista, que sempre gostou de cantar seu samba com os pés no chão, perto do povo. Glorinha faleceu aos 80 anos, em novembro de 2020. E a saudade dela, “essa dor tão doída não doía assim”, como cantaria Nelson Gonçalves, poderá ser amenizada com o audiovisual Na sala de Glória. Essa miniamostra do talento da primeira mulher a interpretar sambas-enredo em Laguna ganhará uma pré-estreia neste sábado, 30, às 20h.

O projeto é extensão de um documentário que Guilherme começou a fazer ainda em 2020 para resgatar a história da avó, que marcou época com seu conjunto regional e se orgulhava dos locais onde se apresentou. Até mesmo no Palácio Barriga-Verde, em Florianópolis, onde funcionava a sede administrativa do governo estadual, ela cantou.

“Infelizmente não conseguimos concretizar esse projeto com ela em vida, pois cerca de três meses depois de celebrar seus 80 anos, ela partiu dessa existência vítima da pandemia de Covid-19”, relembra o neto. Na sala de Glória é um filme pocket-show que aproveitou as cenas gravadas na última celebração de seu aniversário e teve fomento pelo edital Aldir Blanc. “Um concerto-testemunho da rainha do samba lagunense, nossa eterna Glorinha”, resume.

Para a filha, Denise, a saudade ainda é muito latente. “Ainda sinto muito a falta de sua presença, da sua voz, éramos muito ligadas. Esse acontecimento que afetou a população mundial, afetou a nós profundamente. Mas, com todas as homenagens que podemos fazer para deixar de registro para a cultura da Laguna, acredito que esse será o primeiro projeto dos próximos que poderão vir”. Ela recorda que, felizmente, o talento de sua foi reverenciado ainda em vida com uma homenagem no Bloco do Barulho. A Mocidade Independente, escola de samba à qual Glorinha ficou mais conhecida, produziu um samba-enredo que será apresentado no próximo desfile, seja ele de Carnaval ou pré.

A emoção não se resume à família. Quem atuou nos bastidores também se junta à alegria de poder ver o material sendo apresentado e de relembrar a saudosa sambista. “Mergulhamos em histórias contadas e cantadas daquela que brilhou na passarela do samba e da vida. Uma vivência experimental, artística e cultural para homenagear uma mulher que a vida tornou rainha e senhora do samba lagunense. Lembro bem dela cantar olhando nos meus olhos: ‘que bom é ser fotografada, mas pelas retinas dos seus olhos lindos'”, descreve a fotógrafa Alícia Marques.

Segundo Guilherme, o documentário continua em produção, para que logo a cidade possa conhecer mais da trajetória da dona da voz que marcou o samba da cidade. E de acordo com Denise, a família vai seguir o legado: “Nós – citando eu e meu irmão, Sidney Pegorara Júnior, e meu filho Guilherme – não vamos deixar o samba morrer”. Na sala de Glória será apresentado no espaço Outro Selo, no Mar Grosso, e depois, como forma de coroar a noite como Glorinha gostaria, haverá uma roda de samba.

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