Fiocruz: Dose de Pfizer aumenta proteção em que recebeu duas da Coronavac

Com base na pesquisa, os estudiosos reforçaram a orientação do Ministério da Saúde de que a dose de reforço deve ser com vacinas que possuem a tecnologia de RNA mensageiro.
Foto: Heudes Regis/SEI-PE/Divulgação

Em estudo divulgado no começo da semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que receber uma dose de reforço da vacina da Pfizer após duas doses de Coronavac (Butantan/Sinovac) gera uma proteção mais efetiva contra a variante Ômicron, do novo coronavírus, do que uma terceira aplicação da própria Coronavac.

Segundo a instituição, os pesquisadores se debruçaram sobre dados do e-SUS, do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e do Programa Nacional de Imunizações (PNI), entre 6 de setembro de 2021 e 10 de março de 2022.

Essa análise ocorreu em três cenários:

  • primeiro: grupo de pessoas com as duas doses da vacina do Butantan e não fizeram reforço em seis meses. Pesquisadores calcularam que a efetividade de apenas doses contra infecções sintomáticas durante o período de maior circulação da variante Ômicron foi de 8,1%, enquanto a proteção contra desfechos graves da doença chegou a 57%.
  • segundo: avaliados casos em que as pessoas receberam uma dose de reforço também da Coronavac, que gerou proteção adicional considerada limitada pelos pesquisadores. A efetividade contra infecções sintomáticas foi de 15%, e contra casos graves, de 71,3%.
  • terceiro: casos em que a dose de reforço foi com a vacina da Pfizer, apresentou os maiores percentuais de efetividade. Foram 56,8% contra infecções sintomáticas e de 85,5% contra casos graves. Além disso, o estudo mostrou que, 90 dias após a dose de reforço, a proteção contra casos graves não caiu, o que foi observado na vacinação com três doses da Coronavac.

Com base na pesquisa, os estudiosos reforçaram a orientação do Ministério da Saúde de que a dose de reforço deve ser com vacinas que possuem a tecnologia de RNA mensageiro.

No Brasil, o imunizante da Pfizer é o único com essa tecnologia. As demais vacinas são: de vetor viral (AstraZeneca e Janssen), em que outro vírus é usado como vetor para transportar informações genéticas do coronavírus e de vírus inativado (Coronavac), que contém o vírus “morto”, incapaz de se replicar.

Notícias relacionadas