Horas após anúncio de aumento, postos têm fila para abastecimento

Por ora, se descarta o risco de falta de combustível. As cenas vistas em Laguna não são exclusivas se repetem em cidades do Sul, como Criciúma e Tubarão, e devem continuar ao longo da noite.
Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna

Postos de combustíveis de Laguna já registram filas de motoristas querendo abastecer seus veículos. A procura cresce nas horas que antecedem a entrada em vigência do reajuste anunciado nesta quinta-feira, 10, pela Petrobras. A estatal anunciou elevação de 18,77% no preço da gasolina e 24,9% no valor do diesel para as distribuidoras. A previsão é que se o repasse para as bombas for integral, a gasolina ultrapasse R$ 7 e em alguns locais possa se aproximar dos R$ 8.

O reajuste vale a partir da meia-noite de sexta-feira, 11, mas já deixa os consumidores preocupados. Um deles é Carlos Farias. Motorista de aplicativo, ele depende do automóvel para trabalhar. “A alta no preço dos combustíveis dificulta o trabalho dos motoristas de aplicativos, pois muitos de nós usamos o carro como a principal fonte de renda”, comenta. Farias é um dos responsáveis pelo app Garupa e prevê que possa ocorrer uma diminuição no número de corridas. “Optam pela desistência devido a redução de seus ganhos. Mesmo que haja um reajuste nas corridas feitas no aplicativo, alguns motoristas escolhem corridas para economizar combustível impactando na diminuição da oferta”, explica.

As filas foram flagradas em alguns estabelecimentos, como Cabeçuda (antigo Lagoa) e Leão Beach. Alguns postos não chegam a “congestionar”, mas têm registrado crescimento na procura. “Tivemos em alguns momentos de filas sim, mas não chegou a formar até a rodovia; o movimento está bastante intenso. Pessoas que estavam acostumadas a colocar valores menores solicitavam para encher o tanque, em virtude do aumento anunciado”, descreve o gerente operacional João Almeida, do Posto do Binha. Por ora, se descarta o risco de falta de combustível. As cenas vistas em Laguna não são exclusivas se repetem em cidades do Sul, como Criciúma e Tubarão, e devem continuar ao longo da noite.

‘Efeito cascata’, diz federação

A Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) divulgou nota onde classifica esse aumento anunciado pela Petrobras como um “efeito cascata” e critica o atrelamento do preço dos combustíveis à moeda internacional, no caso o Dólar americano.

“O impacto direto desta oscilação no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) é de conhecimento popular. Principalmente o efeito cascata, que atinge toda a cadeia de produção, desde o produtor rural até o bolso de todos nós cidadãos. As causas alegadas para mais este aumento, a guerra na Ucrânia, não justificam os novos valores. Aliás, é inaceitável que uma empresa estatal, que paga em real (R$), fundamente a cobrança do seu produto em dólares – justamente no País do real –, ou seja, a dolarização dos preços dos combustíveis”.