Focos de dengue são detectados na região e SC entra em alerta

Laguna ainda não teve casos em 2022, mas algumas cidades da região já anunciaram a descoberta de focos, incluindo Pescaria Brava que teve um caso de de presença do mosquito na região de Santiago. Segundo o setor de combate às endemias do município, todas as ações preventivas foram realizadas e o foco foi extinto. 
Foto: John Tann/Creative Commons

O aumento de focos de dengue em Santa Catarina acendeu um alerta sobre os cuidados com a doença no estado. Já foram registrados mais de 500 casos de presença do Aedes aegypti, mosquito transmissor, desde o início do ano.

Laguna ainda não teve casos em 2022, mas algumas cidades da região já anunciaram a descoberta de focos, incluindo Pescaria Brava que teve um caso de presença do mosquito na região de Santiago. Segundo o setor de combate às endemias do município, todas as ações preventivas foram realizadas e o foco foi extinto.

As demais cidades com casos são: Imbituba (15), São Ludgero (seis), Braço do Norte (cinco), Tubarão e Capivari de Baixo (um, cada). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, não houve casos autóctones das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e ocorreu registro de dois casos importados. Ao todo, são 119 cidades catarinenses consideradas infestadas pelo mosquito.

Aedes aegypti

Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Menor do que os mosquitos comuns, é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

O macho, como de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amaduramento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência. No momento da postura são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes.

Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos. Em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adubo.

Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouro naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.

“Manter os cuidados básicos, ou seja, eliminar os locais que possam acumular água ainda é a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Descartar corretamente o lixo, manter piscinas e calhas limpas, não acumular entulho, são atitudes que precisam virar rotina. Não esquecer também os objetos maiores, como as caixas d’água, que precisam ser tampadas”, reforça Ivânia Folster, gerente de zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica estadual (Dive).

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