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PM diz, em nota, ter identificado ‘prática incompatível com a função’ por parte de policiais expulsos

Desaparecimento de Diego Bastos Scott, à época com 39 anos, vai completar um ano no dia 15 de janeiro.
Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna

A Polícia Militar (PM) de Santa Catarina se posicionou pela primeira vez sobre a expulsão dos dois soldados investigados pelo desaparecimento de Diego Bastos Scott, na época com 39 anos. O sumiço do pescador e ex-jogador de futebol vai completar um ano no dia 15 de janeiro.

Segundo a corporação, foram tomadas todas as medidas cabíveis na apuração interna do caso, “respeitando os devidos processos legais e buscando o esclarecimento do ocorrido”. Na nota, a força de segurança reforça que, durante a investigação, os policiais foram afastados das atividades externas – os dois chegaram a ficar detidos durante algumas semanas, devido ao inquérito aberto pela Polícia Civil.

A decisão pela expulsão já havia sido tomada pelo Comando-Geral da PM catarinense e os envolvidos recorreram, culminando no ato assinado pelo governador Carlos Moisés (sem partido) e pelo secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca. O ato publicado no Diário Oficial de segunda-feira, 10, assinalou a saída dos dois agentes da corporação.

A expulsão ocorreu, segundo a nota, pelo fato de a polícia ter “identificado prática incompatível com a função”. Entre os fatores que motivaram a decisão, estão a mudança de versões nos depoimentos e o fato de Scott não ter sido levado para a delegacia, procedimento padrão da corporação. A família, em nota, disse que isso não trará o pescador de volta, “mas é um primeiro passo”. As defesas dos ex-policiais Luiz Henrique Correa e Eduardo Amorim ainda não se manifestaram sobre o assunto.

Diego Bastos Scott foi visto pela última vez, com vida, em 15 de janeiro de 2021. Ele foi posto na viatura durante uma ocorrência policial de discussão familiar, que aconteceu na casa do pai, o ex-jogador Edson Scott. A polícia e a família fizeram buscas por várias semanas, mas nenhum sinal de seu paradeiro foi encontrado. Scott era casado e tinha um filho, hoje com nove anos de idade.

Veja a nota da Polícia Militar, na íntegra

A Polícia Militar de Santa Catarina desde que teve conhecimento dos fatos tomou todas as medidas visando a devida apuração, respeitando os devidos processos legais e buscando os esclarecimentos do ocorrido. Concomitantemente com esses procedimentos, os policiais foram afastados das atividades de rua.

O processo de investigação seguiu todos os trâmites da legislação, garantindo aos acusados o direito de ampla defesa e contraditório. Após a sua conclusão, a PMSC identificou prática incompatível com a função, motivo pelo qual decidiu pela exclusão das fileiras da Corporação.

Os envolvidos, após tomarem conhecimento da decisão do Comando- Geral da PMSC, ingressaram com os recursos pertinentes, os quais foram julgados improcedentes, com a última decisão dada pelo Governador do Estado. A confirmação da exoneração de ambos foi publicada em Diário Oficial no último dia 10/01/2022.

Durante este processo a PMSC cumpriu com a sua obrigação, visando a transparência nas suas ações, a apuração devida dos fatos pautados nos preceitos constitucionais e a aplicação correta da lei, visando com isso, manter os princípios de norteiam a Corporação, quais sejam, a hierarquia e disciplina.