Comandante dos bombeiros explica dinâmica de operação de busca de desaparecido

As buscas entraram no quarto dia já com um raio de procura mais amplo. A ação tem como ponto de partida o quebra-mar dos Molhes da Barra e segue até o Farol de Santa Marta em sentido Sul e até o Gi, o rumo Norte. Além do Corpo de Bombeiros, a força-tarefa tem a participação da Marinha do Brasil e da Polícia Militar.

O local onde aconteceu o naufrágio da lancha com sete pessoas, na última sexta-feira, 14, é um dos mais perigosos do mar de Laguna. Se em dias calmos, já se requer atenção. Em dias de clima mais revolto, os cuidados devem ser redobrados. Essas condições são levadas em consideração no trabalho incessante de busca pelo jovem Michel Barbosa, 25 anos, desaparecido desde o ocorrido.

As buscas entraram no quarto dia já com um raio de procura mais amplo. A ação tem como ponto de partida o quebra-mar dos Molhes da Barra e segue até o Farol de Santa Marta em sentido Sul e até o Gi, o rumo Norte. Além do Corpo de Bombeiros, a força-tarefa tem a participação da Marinha do Brasil e da Polícia Militar.

“A dinâmica das marés muda e isso complica a operação. É uma amplitude de maré grande: uma hora toca para a praia e outra para a fora. Tivemos troca de ondulação e tudo isso influência, e, por isso, não temos uma área de busca bem definida”, explicou o tenente Henrique Schuelter, comandante dos bombeiros, ao Portal. “É um local que não tem como mergulhar, não dá para fazer busca em linha mergulhando, tem que ser por embarcação”.

De acordo com o comandante, as buscas ocupam uma faixa de aproximadamente 20 quilômetros. “É normal demorar bastante tempo para localizar, mas, digamos, estamos entrando na etapa intermediária das buscas e agora, começamos a ter uma chance maior de localizar o Michel”, detalha. O caso relembra o afogamento de Jorge Bitencourt, 30 anos, ocorrido em fevereiro de 2019, quando o corpo só foi localizado dias depois.

Acidente

O acidente de sexta-feira, 14, ocorreu na entrada do canal de navegação da barra. A lancha era ocupada por sete pessoas, todas de Caçador, e veio à pique por volta das 15h. Quatro foram socorridas com vida. Ricardo Barbosa, 46, vereador, e mais um amigo, Deyvid Fernandes, 29 anos, estavam com alto grau de afogamento e inconscientes. Os socorristas do Corpo de Bombeiros fizeram manobras de reanimação, mas os dois não resistiram.

A Capitania dos Portos em Laguna informou, em nota, que um inquérito administrativo será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. As apurações devem durar ao menos 90 dias, conforme os padrões da corporação militar. As causas do acidente ainda não foram confirmadas de forma oficial. A Polícia Civil também vai abrir uma investigação.