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Testemunhas podem desmentir motorista que atropelou ex-jogador

Lemos era vigilante e foi sepultado na manhã da última sexta-feira, 10. Como jogador, teve passagens profissionais por times como Marcílio Dias, Laguna, Imbituba e Ferroviário. No futebol amador, atuou com as camisas do Santos, Benfica, Gaiolão e Galo Velho Esporte e Lazer. Sua morte provocou consternação e sentimento de revolta em amigos e familiares, que agora cobram justiça. "Estou indignada", diz uma das pessoas ouvidas pelo Portal.
Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

Depoimentos de testemunhas que viram o momento do atropelamento do ex-jogador de futebol João Batista Lemos, 54, na última quinta-feira, 9, devem contrapor a versão dada pelo motorista da Hyundai Tucson, em depoimento na sexta-feira, 10, quando se apresentou à polícia. O condutor, J.Z., 28, alega não ter feito ultrapassagem e que acessou o acostamento para fazer uma ligação telefônica, e só não parou o carro para prestar socorro porque teve medo de ser linchado.

O rapaz reside em Pedras Grandes, cidade que pertence à Amurel, e disse que veio à Laguna para mostrar a Tucson a um comprador, indicado pelo pai, que é proprietário de revenda automotiva. J.Z. não foi detido pela ausência de flagrante, mas foi encaminhado ao hospital para ser medicado após o depoimento, segundo Mauro Felippe, advogado de defesa, contou à reportagem do Portal Agora Laguna, no dia em que ele se apresentou à polícia.

Uma das pessoas que viu o acidente é Bruno Marçal. Assim como a vítima fatal do acidente, ele estava a caminho do trabalho na hora do fato e presenciou o que aconteceu na descida da região conhecida como Morro do Corte. Ao Portal, Marçal detalhou de forma breve o que se lembra daquele momento. “Quando cheguei na frente da revenda Evolução [referência], vejo aquele carro desgovernado e rápido, levando o Tita pelo acostamento. Ele quase atingiu outro cara de bicicleta”, relata.

Um segundo ciclista também foi atingido no atropelamento, mas não pelo carro e sim pela bicicleta conduzida pelo ex-jogador de futebol. O homem não teve ferimentos graves e também já foi ouvido pela polícia. A versão de que J.Z. correu risco de reação hostil por pessoas que viram a cena é refutada por ele. “Em nenhum momento do que aconteceu, foi coagido ou ficou com medo; ninguém cercou o carro dele. Estava muito rápido, foi ultrapassar e infelizmente tirou a vida de uma pessoa muito querida, que era o Tita”, afirma.

Ele não é o único a contradizer o depoimento do condutor. Uma mulher que testemunhou o fato e não quer se identificar foi localizada pelo Portal. “O carro estava ultrapassando os veículos desde a padaria Gisele [referência] no Portinho”, relata. Ela confirma que o motorista não parou. “Sei porque eu parei e em seguida outros carros pararam. Eu que liguei para os bombeiros e outros populares, ficamos ali até a chegada da ambulância”. Tanto a mulher quanto Marçal decidiram procurar a delegacia policial para registrarem seus depoimentos por livre e espontânea vontade.

Lemos era vigilante e foi sepultado na manhã da última sexta-feira, 10. Como jogador, teve passagens profissionais por times como Marcílio Dias, Laguna, Imbituba e Ferroviário. No futebol amador, atuou com as camisas do Santos, Benfica, Gaiolão e Galo Velho Esporte e Lazer. Sua morte provocou consternação e sentimento de revolta em amigos e familiares, que agora cobram justiça. O inquérito que apura o caso deve ficar pronto em 30 dias. “Estou indignada”, diz a testemunha.

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