O ano letivo de 2022 deve ter 100% dos alunos em sala de aula na rede estadual e sem a distância mínima entre as carteiras escolares. A decisão é do Comitê Estratégico de Retomada das Aulas Presenciais e vai embasar normativas que serão publicadas pelo governo do Estado nas próximas semanas. O órgão deliberativo inclui as secretarias do Estado da Educação (SED) e da Saúde (SES), Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Defesa Civil, entre outras.

O comitê considerou o atual cenário epidemiológico estadual e o baixo índice de contágio nas escolas e o avanço da vacinação da população catarinense, sobretudo de profissionais da educação. “Santa Catarina vive um momento diferenciado e a gente precisa ter um decreto alinhado com o retorno às aulas já em fevereiro. Pela quantidade de alunos que temos no modelo híbrido, considero que rediscutir o distanciamento em sala de aula seja um dos pontos mais importantes, para combater a evasão escolar e recuperar os prejuízos que a pandemia trouxe ao ensino”, disse o secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro.

O comitê pontuou que, para o retorno da capacidade total das salas de aula, foram pontuados três itens que devem ser intensificados: manutenção do uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos de ensino enquanto perdurar a situação de emergência por conta da pandemia do coronavírus, o desenvolvimento de ações visando promover a melhoria da qualidade do ar e da ventilação nas salas de aula e a uma avaliação de cenário epidemiológico a ser realizada pelo Coes na primeira quinzena de janeiro de 2022, ou seja, antes do início das aulas.

As demais exigências e medidas sanitárias de segurança para evitar o contágio pela Covid-19, como o uso de álcool gel nas escolas e o uso de máscaras nos estabelecimentos de ensino serão mantidas. Além disso, o governo informou que a Secretaria de Educação trabalha na construção de um material para reforçar a importância da ventilação cruzada nos ambientes escolares, que deve resultar em atualizações do Plano de Contingência das escolas.

“Hoje, nós temos 83% de municípios que já retornaram completamente às aulas presenciais, 15% que estão no ensino híbrido e 2% que ainda não voltaram. A Undime entende que é necessário retornar, especialmente porque a escola já se comprovou um ambiente seguro. E a nossa preocupação era justamente não deixar essa decisão para 2022, a fim de que os gestores municipais já pudessem se planejar desde agora”, afirmou a presidente da Undime e dirigente municipal de educação de Blumenau, Patrícia Lueders.

Neste ano, Santa Catarina iniciou o ano letivo no formato híbrido com parte dos alunos em sala de aula e parte com aulas virtuais, por meio de escolas-polo. Em Laguna, essa centralização foi feita a partir da escola Saul Ulysséa, de Cabeçuda.