Santa Catarina decidiu não seguir a recomendação do Ministério da Saúde e manterá a vacinação de adolescentes com e sem comorbidades. Na manhã desta quinta-feira, 16, a pasta federal orientou a suspensão da vacina no público de 12 a 17 anos, se não possuírem doenças preexistentes.
Segundo informou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), a decisão de não acatar a recomendação foi tomada pela Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) com base em posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão internacional diz que aplicação da vacina em adolescentes foi alvo de testes que apontaram alta eficácia e boa segurança da vacina Pfizer neste grupo etário. Além disso, ainda de acordo com a OMS, evidências sugerem que os adolescentes têm tanta probabilidade de transmitir a Covid-19 quanto os adultos.
O imunizante Tozinameran, fabricado pelos laboratórios Pfizer e BioNTech, é o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em adolescentes. “Apesar dos adolescentes terem menor probabilidade de evoluir para formas graves da doença e até mesmo morrer por Covid-19, dados do Ministério da Saúde demonstram que, somente em 2021, ocorreram aproximadamente 1,3 mil óbitos de crianças e adolescentes no Brasil decorrente da Covid-19. Além disso, a vacinação deste público é essencial para que haja controle da circulação do vírus e também para prevenir que os jovens, caso acometidos pela doença, carreguem sequelas da Covid-19 por toda a vida”, assinalou o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
A comissão vai elaborar documento para solicitar apoio dos conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para que o Ministério da Saúde reconsidere a decisão de suspender a vacinação.
Aplicação de outros laboratórios
A Dive também informou que começou a levantar os dados apresentados pelo ministério sobre a possibilidade de aplicação inadvertida de vacinas dos laboratórios AstraZeneca/Fiocruz, Sinovac/Butantan, e Janssen, em adolescentes de 12 a 17 anos. Segundo o órgão, caso tenha ocorrido erro de registro, os municípios devem fazer a correção no sistema; já no caso de doses aplicadas indevidamente, os municípios devem realizar o registro desta aplicação no sistema do Ministério da Saúde como erro de imunização, e realizar o acompanhamento destes adolescentes.
Diminuição do intervalo
Ainda na reunião, a CIB aprovou antecipar a aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer de 12 para 8 semanas, seguindo a orientação do Ministério da Saúde. As doses serão encaminhadas a partir da próxima segunda feira, 20, e os municípios deverão organizar as estratégias de vacinação, considerando o novo prazo. Atualmente, o estado de Santa Catarina possui armazenado um total de 303.0320 doses da Pfizer para aplicação da segunda dose (D2), quantitativo suficiente, neste momento, para realizar essa antecipação de pessoas que receberam a primeira dose até dia 21 de julho.