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Laguna decretará luto oficial pela morte de ex-senador; veja manifestações

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Santa Catarina, partido onde o político lagunense viveu os principais momentos de sua carreira, emitiu nota: "É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento de um dos maiores líderes do MDB catarinense entre as décadas de 1970 a 1980, o ex-senador Jaison Barreto".
Divulgação/Agência AL

A morte do ex-senador e ex-deputado federal Jaison Barreto (PSDB) enlutou o meio político de Santa Catarina. Ao longo dos seus 88 anos, dedicou boa parte da vida para as disputas eleitorais e à participação dos debates políticos. Mesmo afastado, seguia comentando o andamento do setor político nacional e estadual. O político morreu no domingo, 26, em Balneário Camboriú, onde residia, vítima de insuficiência cardíaca.

Em respeito à trajetória política e os feitos de Barreto, a prefeitura de Laguna irá decretar luto oficial nesta segunda-feira, 27. Durante entrevista à Rádio Difusora, nesta manhã, o prefeito Samir Ahmad (sem partido) manifestou pesar pelo falecimento. O ex-senador nasceu em Laguna no ano de 1933.

O governo estadual e a Assembleia Legislativa também divulgaram nota de pesar. “Santa Catarina perde uma importante liderança política, um de seus representantes mais atuantes no Congresso Nacional nas décadas de 70 e 80”, lamentou o governador Carlos Moisés (sem partido).

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Santa Catarina, partido onde o político lagunense viveu os principais momentos de sua carreira, emitiu nota: “É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento de um dos maiores líderes do MDB catarinense entre as décadas de 1970 a 1980, o ex-senador Jaison Barreto”.

“Atuou pensando no futuro e no bem comum, acima de bandeiras ideológicas. Meus sentimentos à toda família e amigos”, lamentou a deputada estadual Ada de Luca (MDB). “Ele foi o primeiro candidato do partido ao governo de Estado na volta das eleições diretas. Foi uma das caras da busca por renovação na política catarinense depois da ditadura.
Ficam as boas memórias e o legado de homem público sempre fiel aos seus princípios e ferrenho defensor da democracia”, acrescentou o deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC).

Mais cedo, o senador Espiridião Amin (PP-SC) que foi adversário e depois correligionário de Barreto, fez homenagem ao ex-senador durante a abertura Sessão de Debates Temáticos, conduzida por ele no Senado Federal. “Fomos adversários num pleito histórico. Há muitos anos somos amigos, cordiais, respeitosos e, acima de tudo, com muita simpatia recíproca. Considero a sua morte a perda da vida de um homem público, idealista, lutador e de grande inteligência”, disse o parlamentar. A cerimônia de despedida, nesta segunda-feira, 27, é restrita a familiares e amigos, seguida de cremação do corpo.

Carreira

Nascido em Laguna, o político era filho de Ceres Silva e de Tupy Barreto, que foi deputado estadual entre 1955 e 1963. Era médico formado pela Faculdade Nacional de Medicina (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro) e se especializou em Oftalmologia, em 1959, pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia, e pelo Instituto Barraquer (Espanha), em 1964.

Conforme dados do projeto Memória Política de Santa Catarina, exerceu a profissão no Rio de Janeiro inicialmente, mas voltou para Santa Catarina e atuou nas cidades de Brusque e Blumenau por cerca de 15 anos. Ingressou para o meio político ao participar da fundação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 1966, ficando na suplência da vaga de deputado estadual na primeira eleição que disputou.

Quatro anos depois, em 1970, foi eleito deputado federal pelo partido e fez parte do grupo historicamente conhecido como os “autênticos do MDB”, destaque na oposição ao regime militar. Foi reeleito no pleito seguinte com uma das mais expressivas votações do estado e em 1978, se elegeu à vaga de senador, chegando a ser 2º vice-presidente do Senado Federal, entre 1983 e 1984.

No ano de 1982 disputou uma das mais acirradas eleições para o governo do Estado. Concorrendo pelo então PMDB, perdeu a eleição para Amin (então no PDS), por apenas 12.650 votos. Deixou o PMDB em 1986 e se candidatou pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) para a vaga de deputado federal, foi o mais votado do partido com 23,6 mil votos, que não foram suficientes para lhe credenciar à cadeira na Câmara.

Foi a última eleição que disputou. Também foi filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e entre 1999 e 2002, integrou o conselho administrativo da Celesc e foi vice-presidente da SC Seguros e Previdência S.A. Apesar de não participar mais das disputas eleitorais, continuava a influenciar e integrar os debates políticos. Nas redes sociais, seguia ativo e comentava os rumos da política nacional e estadual. Foi casado com Astrid Renaux Barreto, com quem teve dois filhos.