Denúncia afirma que materiais escolares eram escondidos em CEI; diretora nega

Entre os materiais estavam resmas de papel sulfite, cartolinas, colas, massas de modelar, brinquedos e até mamadeiras. “Dinheiro público, encaixotado e guardado”, lamentou outra professora. Os itens fazem parte de remessas enviadas pela Seduc para as escolas municipais e também de doações recebidas pelo CEI. Alguns estariam ali há anos.

Um depósito com materiais escolares, que vão de tesouras sem ponta a livros de histórias para crianças, provocou uma polêmica, nesta quinta-feira, 12, em Laguna. O local fica no Centro de Educação Infantil (CEI) Laureni Vieira, no bairro Vila Vitória, e foi vistoriado pela manhã após denúncia de que os professores da unidade não possuíam material de trabalho e tinham de comprar os itens que utilizam no dia a dia letivo.

A vistoria foi realizada pela Secretaria de Educação e Esportes (Seduc), de Laguna, que determinou o levantamento e registro dos materiais e distribuição imediata após tomar conhecimento da existência desse depósito. De acordo com a secretária Juliana Fagundes, a equipe foi ao local após a denúncia da falta de insumos, assunto que também já foi mencionado na Câmara de Vereadores.

Professoras ouvidas pelo Portal Agora Laguna afirmam que não sabiam do que era armazenado ali. “Não tínhamos acesso, nem conhecimento do material que estava ali dentro. Não estava sendo distribuído. O que a gente recebia informação era da chegada de doações, mas a gente não tinha autorização [para entrar ali]”, relatou uma das educadoras, em anonimato, por temer reações. Segundo elas, ameaças estariam ocorrendo desde que o fato veio à público.

Entre os materiais estavam resmas de papel sulfite, cartolinas, colas, massas de modelar, brinquedos e até mamadeiras. “Dinheiro público, encaixotado e guardado”, lamentou outra professora. Os itens fazem parte de remessas enviadas pela Seduc para as escolas municipais e também de doações recebidas pelo CEI. Alguns estariam ali há anos.

A diretora Glória Kfouri nega. Por telefone, a gestora, que se encontra em licença médica, explicou que “não esconde material” e atribuiu os fatos à motivação exclusivamente política. “Talvez sejam pessoas que queiram o meu mal”. Ela afirma que foi surpreendida com a ação desta quinta e que vai se inteirar melhor do assunto a partir de segunda-feira, 16. “Não tem nada que falte para as professoras, e, inclusive, eu busco quando não tem; vou atrás. O depósito está aberto”, defende.

Já Juliana Fagundes detalhou que o caso será estudado. “Faremos uma etapa de verificação, uma vez que algumas informações foram colocadas em rede social. Isso requer um estudo não só da administração, mas também do jurídico, pela possibilidade de injúria ou difamação. Infelizmente, pessoas mal intencionadas e que não tem interesse direto em colaborar com a educação, tem usado de fatos que envolvem o CEI da Vila Vitória para prejudicar nosso trabalho. Estamos fazendo isso por etapas”, conclui.

No final da tarde desta quinta-feira, a prefeitura divulgou matéria em seu site institucional sobre as visitas, que, conforme o texto, ocorrem diariamente. Sem divulgar nomes das unidades visitadas, alertou “da importância de se gerir recursos e oportunizar as condições de aprendizagem aos alunos e de trabalho a todos os professores da rede”.

Foto: Divulgação/Agora Laguna

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