Peterson Crippa deixa o DEM: ‘Estaria jogando meu passado fora’

Ex-vereador e ex-candidato a prefeito, Crippa deixa legenda um ano após sua filiação. Saída foi confirmada após aproximação do DEM com o atual governo municipal, de quem foi adversário no pleito de novembro de 2020.
Peterson Crippa em entrevista ao Portal. Foto: André Luiz/Agora Laguna

Terceiro candidato mais votado na eleição de novembro, Peterson Crippa, o Preto, 41, não está mais no Democratas (DEM). O ex-vereador deixou o partido após ser confirmado o fechamento da legenda com o governo de Samir Ahmad (PSL), a partir do ingresso de Romulo Camilo, ex-coordenador de campanha de Crippa, na administração municipal. A desfiliação ocorreu na última terça-feira, 8, e só foi tornada pública nesta sexta-feira, 11.

Ao Portal Agora Laguna, o ex-vereador deixou entender que a saída já estava em vias de ser concretizada desde o início do ano, quando foi anunciada a possível filiação do deputado estadual Felipe Estevão (PSL) ao DEM. “Agora, com a entrada do presidente do partido DEM no time do Felipe, Roberto Alves e Samir se consolida, ao meu entender, o interesse recíproco da sigla neste time”, dispara.

O gesto repete o que ocorreu em março de 2020, quando Crippa deixou o Progressistas (PP), partido pelo qual se elegeu vereador, para migrar para o ninho democrata. A desfiliação deixou cicatrizes na relação com o PP, com o ex-vereador tornando pública sua insatisfação com o então colega de legenda e de Câmara, Roberto Alves (PP), a quem considerou seu “maior rival” político.

“Não posso fazer uma eleição combatendo o que eu entendia não ser o ideal para a cidade e em pouco tempo estar aliado a este time. E para que ninguém imaginasse que eu, Preto Crippa, pudesse estar me aliando, ou ‘fechando’ com este grupo, decidi sair da sigla, sem ônus algum. Isto pois sei o quanto fiz pela mesma, ao mesmo tempo que sei que não dependo de uma sigla específica para continuar minha trajetória política”, afirma o ex-vereador, ressaltando que a decisão é estritamente político-profissional, sem cunho pessoal. “Pós-eleição, o Romulo, que é meu amigo pessoal, quis desfazer nossos vínculos. Ele é uma boa ferramenta pública, então deve ter um bom futuro. De lá para cá, tomou os rumos políticos que entendeu serem melhores pra ele. Eu os respeito e aceito, assim como sempre vou respeitar as opiniões e atos de todos, inclusive quando não concordo”.

No momento, Crippa não pensa em uma possível nova sigla para se filiar, mas revela que já recebeu convites e analisa as opções. “Fui oposição às práticas que entendia serem ruins do Mauro [Candemil, ex-prefeito] e, mesmo assim, fui o vereador que mais ajudou o governo, sem ter nada em troca. Agora como cidadão comum, também o farei, e faço, para o governo Samir e todos que estiverem recebendo salário público pra gerir a cidade. Se precisarem, podem contar sempre. Só não quero ter minha imagem atrelada, pois eu estaria jogando meu passado recente fora”, conclui.

‘Não tive tanta surpresa’, diz presidente do partido

A desfiliação de Crippa também foi comentada pelo presidente municipal do partido. Romulo Camilo afirma que “não teve tanta surpresa” e sustenta a afirmação de que a saída foi amigável e sem cicatrizes pessoais.

“Com a vinda de algumas figuras políticas para o partido que contrapõem o que o Preto prega, ele já vinha sinalizando a vontade de sair do partido”, confirma Camilo. “E nesse momento em que eu, enquanto presidente, assumo, em uma questão técnica e pessoal minha, uma posição dentro do governo Samir, que foi um dos nossos adversários na eleição, o Preto se sente numa situação, uma sinuca de bico. É meu amigo pessoal e também partidário da sigla a qual sou presidente, então são situações bem delicadas, mas entendo a posição e a postura dele”, completa, desejando sucesso ao, agora, ex-filiado.

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