Chamou a atenção nesta semana a aparição de publicidades colocadas em cima de uma intervenção artística nos muros de um imóvel, às margens da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, no Centro Histórico de Laguna.
Os grafites foram produzidos há alguns anos por artistas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Suécia, Itália e Estados Unidos no projeto “Trilhando cores”, coordenado pela Central Única das Favelas (Cufa), em Laguna, com objetivo de trazer vida artística a espaços urbanos.
Ao contrário do que se imagina, o espaço é privado e possui proprietário. À reportagem do Portal Agora Laguna, a dona do imóvel, Sandra Hamadi, desabafou e se defendeu das críticas que recebeu nas redes sociais. “Somos amantes da arte e somos a favor de expor ela sempre. Foi por esse amor que tivemos a ideia de ceder o nosso espaço privado, que é de grande visibilidade, para variados artistas de rua pintarem o nosso muro com toda sua beleza. Isso foi de fato uma riqueza para a cidade e temos muito orgulho disso”.
Ela relata que no intervalo de seis anos, entre a pintura e a inserção publicitária, o custo de taxas para manter o imóvel, incluindo impostos como IPTU, aumentaram. “Para ajudar a custear o nosso imóvel, a única saída foi colocar as propagandas no muro. Temos ciência de que essa arte tem muito valor, para nós e para nossa cidade, e ficamos muito felizes em participar e incentivar essa revolução cultural em Laguna, porém as propagandas são exclusivamente um meio de assegurar financeiramente o nosso imóvel. Esperamos que vocês nos compreendam. Os tempos não estão fáceis e temos que nos manter firmes”, afirma.
Procurada, a Cufa de Laguna optou por não se manifestar sobre o assunto, se limitando a informar que busca parceiros para promover uma quarta edição da iniciativa na cidade.