Uma discussão na prefeitura de Laguna na noite de quinta-feira, 4, terminou na exoneração de um assessor de vereador efetivada nesta sexta-feira, 5. A situação aconteceu na sala do chefe de gabinete.
De acordo com as informações contidas na ocorrência registrada na Polícia Civil, o agora ex-assessor José Camilo Pereira ingressou na sala do chefe de gabinete Mário Bongiolo e o ameaçou após saber que um indicado para ser secretário adjunto não seria nomeado.
“Respondi falando que não tinha medo, pois não fiz nada de errado, e o mesmo continuou fazendo ameaças. Falei novamente que não tinha medo dele nem de suas ameaças, pois tenho a consciência limpa e tranquila, e não tenho o que temer. [Foi] quando o mesmo falou: “Olha aqui então! E tirou uma pistola prateada da cintura/calça”, narrou Bongiolo no boletim de ocorrência. Agora Laguna teve acesso ao documento.
Além do chefe de gabinete, estava na sala seu assessor e o pai do vereador Gustavo Cypriano dos Santos (PSL), que chegou ao local acompanhado de Pereira, cerca de uma hora depois. O político ajudou a apartar a situação. A Guarda Municipal foi acionada, mas quando os agentes chegaram o ex-assessor parlamentar havia saído do local.
Bongiolo diz no boletim que se sente ameaçado. “A verdade vai ser apurada, as ameaças não são de hoje e temos prova disso”, afirmou em entrevista ao Portal, via aplicativo de mensagem.
José Camilo Pereira foi exonerado nesta sexta-feira, 5, em ato do presidente do Legislativo, vereador Rhoomening Rodrigues (PSDB), comunicado por meio de um memorando interno a Santos. A exoneração é justificada pela infração de dispositivos legais do Estatuto do Servidor.
“[Ele] se dirigiu até o gabinete do prefeito municipal e com arma de fogo ameaçou o chefe de gabinete, exigindo situações que não condizem com a realidade do legislativo municipal. Nesse sentido, não podemos admitir este tipo de conduta por parte dos servidores da Câmara Municipal, que além de infringir tipos penais previstos, contrariam toda ética e moral na administração pública”, explicou Rodrigues, no memorando que o Portal também teve acesso.
No documento, o presidente da Câmara pede que Santos indique um novo assessor. O vereador não foi localizado, até a última atualização, pela reportagem. Se houver posicionamento, a manifestação será incluída no texto.
Contraponto
José Camilo Pereira também foi ouvido pela reportagem. Por telefone, informou que já buscou advogado e que irá buscar meios legais para voltar a exercer suas funções como assessor parlamentar na Câmara de Vereadores.
“Isso é uma grande mentira para se sair de vítima em uma discussão”, disse em contato com o Portal via telefone. Também afirmou não possuir autorização de porte ou posse de arma e que o boletim de ocorrência só traz a versão de Bongiolo.
Pereira informou que irá registrar um BO por calúnia e difamação.