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PM e IGP fazem perícia onde Diego Scott teria sido deixado por policiais

Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

Policiais militares e peritos criminais foram até uma área de mata no interior da Praia do Gi, na tarde desta quarta-feira, 27, para apurar as informações dadas em depoimento pelos dois agentes envolvidos no atendimento à ocorrência do dia 15, quando Diego Scott desapareceu.

Os trabalhos realizados no Gi integram o Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela corregedoria do 28º Batalhão de Laguna. Mais cedo, a Polícia Civil também fez buscas no local, contando com ajuda do helicóptero do Saer.

Ao órgão de sindicância interna, os policiais deram dois depoimentos com versões diferentes. No primeiro relato, mantiveram a fala de que Scott teria se evadido do local no momento do encerramento do boletim de ocorrência. Após o depoimento ter sido confrontado com as imagens de uma câmera de segurança, eles confirmaram a abordagem e o transporte do homem na viatura.

A informação foi confirmada pelo major Josias Machado, subcomandante da corporação ao Portal Agora Laguna. “Eles mudaram a versão e confirmaram que abordaram o cidadão”, disse o oficial. O IPM segue em andamento (veja abaixo).

A intenção dos trabalhos realizados nesta tarde foi obter uma análise técnica quanto aos relatos dados pelos policiais. Por exemplo, em um dos depoimentos, é citado um tempo de 15 minutos entre o local onde Diego Scott foi deixado e a residência da família e os peritos trabalham para atestar ou não a veracidade dessa cronometragem. A reconstituição durou aproximadamente meia-hora. A reportagem do Portal acompanhou o início da ação, mas, por solicitação da perícia, não pôde acompanhar o restante do trabalho para evitar prejuízo na apuração.

Advogados falam sobre investigação

Portal procurou o advogado dos dois soldados para obter posicionamento sobre o caso. “Nesse momento entendemos que não é o mais adequado para falarmos sobre a situação, tendo em vista que existem diligências em andamento e alguma declaração poderia prejudicar as investigações que estão sendo realizadas. Podemos dizer apenas que os policiais estão colaborando ao máximo para solução da situação”, declarou Luiz Fernando Nandi Vicente, que cuida da defesa dos policiais.

O advogado da família, Breno Schiefler Bento, também ouvido pela reportagem, afirma que mantém confiança no trabalho investigativo realizado pela DIC. O defensor acompanhou as buscas que a família fez no local. “Não temos nenhum sinal do Diego a princípio e agora vamos aguardar os trabalhos da DIC, ver os próximos procedimentos e esperar elucidar o quanto antes para dar um conforto à família”, diz.

O Ministério Público foi acionado para acompanhar a investigação da Polícia Civil e do IPM. A família programou para a tarde desta quinta-feira, 28, uma manifestação em frente ao Fórum da Comarca, sede do Poder Judiciário de Laguna. O ato deve ocorrer a partir das 16h.

Foto: André Luiz/Agora Laguna

Inquérito policial deve ser concluído em até 40 dias

Ao Portal, o subcomandante do batalhão reafirmou que as apurações internas seguem ocorrendo e que detalhes mais concretos não podem ser divulgados neste momento. O oficial explicou que o IPM deve ser concluído em 40 dias.

“A nossa expectativa e até porque o caso tornou dimensões maiores é terminar o mais célere possível”, afirma. Um dos policiais segue cumprindo expediente no quartel, sem sair para as ruas. O outro está afastado seguindo recomendação médica.

Em entrevista recente ao Agora Laguna, o major já havia antecipado como funcionaria o IPM aberto: “A Polícia Militar tem compromisso com a verdade. Ela é intransigente com aqueles que de alguma forma agride a lei, sejam civis, sejam militares. O procedimento visa apurar a conduta dos policiais e isso pode resultar em procedimentos administrativos-disciplinares que serão julgados pela própria corporação, mas, o mais importante é que o procedimento vai ser enviado para a Justiça Militar e o Ministério Público também vai avaliar se no procedimento existe indício de crime militar”.

Família fez buscas e acompanhou, de longe, a ação da perícia. Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna