Morre o babalorixá lagunense Pai Gil

Morreu nesta quinta-feira, 21, o babalorixá Gilberto Bullos Remor, mais conhecido como Pai Gil, figura marcante e símbolo dos cultos afros. Ele tinha 65 anos de idade.

Segundo as primeiras informações, Remor teria sido encontrado sem vida em sua casa, no Centro da cidade. A causa da morte não foi divulgada.

Pai Gil ingressou na Umbanda na década de 1960, e foi um dos principais defensores das religiões de matriz africana em Laguna, montando a Tenda Caboclo Guarani. Sem nenhum tipo de preconceito, mostrava respeito por todas as outras manifestações, sendo visto sempre acompanhando missas na igreja matriz.

Remor é ligado ao fortalecimento dos cultos à Iemanjá na cidade. Os festejos iniciaram em 1968, com a Tenda São Jorge, mas a visibilidade maior começou em 1974, quando Pai Gil levou a celebração para a praia do Mar Grosso. A imagem partia do centro da cidade, onde estava localizada a sede, com adeptos e simpatizantes caminhando pelos bairros em direção à praia. Ali era erguido o barracão com altares.

Em 1976, quando o II Congresso Catarinense de Umbanda foi realizado no ginásio de esportes Bertholdo Werner, participou ativamente do evento. Muito ligado às manifestações culturais da cidade, era envolvido com o carnaval e chegou a fazer parte da histórica Bandinha Maluca. “Era um grande colaborador sempre com criatividade nas apresentações e grande admirador da Carlos Gomes”, fala o maestro Deroci de Oliveira.

“Pai Gil foi uma figura emblemática da nossa cidade. Sempre levantou a bandeira de Oxalá em prol aos umbandistas”, destaca o babalorixá Fabrício Santos, dirigente do Superior Órgão Internacional de Umbanda (SOI) em Laguna. O velório vai ocorrer na central de luto Cristo Rei (ao lado da escola Almirante Lamego), das 15h às 17h.

Foto: Elvis Palma/Agora Laguna