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Vereadores e secretário municipal de Laguna são detidos em operação que investiga fraudes em licitação

Ao menos quatro agentes públicos de Laguna foram detidos pela Polícia Civil na Operação Seival II, deflagrada hoje pela manhã pela corporação, em conjunto com o Ministério Público estadual (MP-SC). A força tarefa é uma nova fase da operação deflagrada em novembro de 2017.

Segundo apurado pelo Portal Agora Laguna junto a fontes ligadas aos órgãos envolvidos, foram detidos os vereadores Cleosmar Fernandes (presidente da Câmara), Thiago Duarte e Valdomiro Barbosa, todos do MDB, além do secretário municipal de Obras, Renato de Oliveira. Não há a confirmação se eles foram levados de forma preventiva ou temporária.

Dos quatro detidos, apenas Oliveira não é candidato na eleição de novembro. Fernandes, Barbosa e Duarte tiveram seus nomes confirmados na convenção para concorrerem como vereador e vice-prefeito, respectivamente. Os quatro serão encaminhados para a sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminosas (Deic) da Polícia Civil, em Florianópolis.

O Portal também apurou que outros parlamentares da cidade tiveram seus celulares apreendidos e dez pessoas receberam ordem de proibição ao acesso à Câmara de Laguna. Policiais também cumpriram mandados em endereços ligados a vereadores e ao prefeito Mauro Candemil (MDB).

A Seival II apura vários delitos como fraude a licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato, envolvendo empresários, servidores públicos e agentes políticos dos Poderes Executivo e Legislativo municipais. Os nomes dos demais envolvidos não foram divulgados até o momento pelos órgãos responsáveis, assim como o grau de envolvimentos dos quatro agentes públicos detidos em Laguna.

As investigações também apuram a participação de novos integrantes do grupo que possuem estreita ligação com as pessoas inicialmente investigadas pela polícia e denunciadas pelo MP. A operação tenta identificar a notícia da existência de uma espécie de loteamento das secretarias municipais por meio de indicações políticas e recebimento de propina correspondente a parte dos valores das obras e serviços licitados nessas pastas.

Os policiais analisam os vários contratos firmados pela prefeitura de Laguna com empresários que há anos prestam serviço na cidade, com indicativos de superfaturamento e inexecução das obras e serviços licitados, bem como fraudes a licitação no Instituto de Previdência (Iprev) do estado em 2016.

Mandados em outras cidades

As ordens foram expedidas pela Comarca de Laguna e pelo Tribunal de Justiça e são cumpridas também nas cidades de Florianópolis, Navegantes, Itajaí, Tubarão, Criciúma, Imbituba, Imaruí e Capivari de Baixo.

Na cidade de Imbituba, foram cumpridas duas ordens de busca e apreensão em casas de pessoas que têm parentesco com edis ou que trabalham na prefeitura ou na Câmara de Laguna. Já em Criciúma, conforme apuração do Portal Engeplus, dois mandados foram cumpridos na residência e escritório de um empresário da construção civil.

O homem tem empreendimento imobiliário em Laguna e além da apreensão de documentos como contratos de compra e venda de imóveis relacionados à investigação, os policiais o prenderam em flagrante pelo crime de posse irregular de arma de fogo. O empresário tinha um revólver calibre 38 sem registro em casa, pagou fiança e foi liberado.


Atualizado às 12h18, com novas informações.