Comerciantes e empresários de diversos ramos de atividade que têm negócios em Laguna fizeram um protesto contra o anúncio de que a Amurel entrará em quarentena com o fechamento por nove dias do comércio. A manifestação foi realizada no fim da tarde desta quarta-feira, 15, após o encerramento do horário comercial.
O fechamento entrou em estudos na terça-feira, 14, e foi oficializado pela manhã, como uma forma de frear o avanço do novo coronavírus. Municípios como Braço do Norte e Gravatal se posicionaram contra a medida. Laguna acenou para uma negativa, mas deve aderir por necessidade de atender orientação do Ministério Público (MP). Só nesta quarta-feira, seis mortes foram registradas na região e os casos confirmados de coronavírus passam de 2,5 mil.
Ao menos 30 empresários participaram do buzinaço que iniciou na sede da prefeitura, no Centro Administrativo Tordesilhas, e percorreu várias ruas da cidade, chegando até o Mar Grosso.
A medida valeria a partir de quinta-feira, 16, iniciando à meia-noite, com apenas as atividades consideradas essenciais definidas pelo Conselho Extraordinário Regional (CER), criado para monitora o avanço do novo coronavírus na região, continuando trabalhando normalmente.
“Nosso principal objetivo com a manifestação foi mostrar a nossa insatisfação com os decretos que estão prejudicando o comércio e a economia de maneira geral. De forma pacífica, sempre, tentamos fazer com que olhem por nós. Estamos literalmente falindo, tendo que demitir. Nossos boletos continuam vencendo, aluguéis continuam sendo cobrados. Se torna inviável tocar um negócio assim. Se dinheiro não entra, então não pode sair”, comenta o empresário Jefferson Silveira.
As empresas foram duramente afetadas pela pandemia do novo coronavírus, que levou o Estado de Santa Catarina a decretar um fechamento de atividades em março. Algumas conseguiram driblar as restrições e encontrar novas formas para sobreviver. Outras não tiveram a mesma sorte, e precisaram demitir ou aderir ao programa de Benefício Emergencial (BEm) do governo federal para manutenção dos empregos.
“Como todo comerciante, estou muito preocupada pois tenho funcionários e esta paralisação afetará meu comércio. Ainda estou me reerguendo do primeiro lockdown e com muita dificuldade estamos conseguindo colocar as contas em dia, mas com este novo decreto a situação se torna imprevisível, inclusive com possíveis demissões”, desabafa a empresária Edna Borges.
Laguna deve publicar ainda nesta quarta-feira, 15, o decreto para o município com as medidas que serão adotadas pela cidade. A prefeitura programou uma transmissão ao vivo pelas redes sociais para a manhã de quinta-feira, onde deve explicar os pontos das restrições.