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Parada há um ano, reforma da escola de Parobé ganha sobrevida com anúncio de nova licitação

Os cerca de 50 estudantes atendidos pela Escola de Ensino Fundamental Agrícola Índio Guimarães, na comunidade de Parobé, aguardam ansiosamente pela conclusão da reforma do prédio que abriga o colégio, um dos mais antigos da rede municipal. Atrasadas há cerca de um ano, a obra vai passar por uma nova licitação após a prefeitura ter feito rompido contrato com a antiga construtora contratada. O aviso da tomada de preços foi publicado no Diário Oficial na última quarta-feira, 29.

A reforma foi anunciada em julho de 2018 e os alunos passaram a ter aulas provisoriamente na sede da associação de moradores da comunidade, uma das que formam o Distrito de Ribeirão Pequeno. A obra parou em abril de 2019 e em maio, a prefeitura de Laguna chegou a divulgar que a expectativa era que os trabalhos fossem retornados em 15 dias, com previsão de conclusão para três meses, ou seja em setembro daquele mesmo ano.

“Foi um processo interminável e eles sempre vinham com justificativas. Sempre escutamos que em 15 dias estaria pronto e esses 15 dias já se foram mais de ano”, lamenta a professora e presidente da APP, Kelly Regina. No mês previsto, como mostrou a reportagem do Portal Agora Laguna, o panorama não havia sido alterado.

O atraso foi motivado, por questões burocráticas entre a prefeitura e a construtora vencedora da licitação, e pelo próprio projeto de reforma. “O que está demorando são questões burocráticas: o projeto vai e volta”, justificou a então secretária Janaína Preve, em setembro, expondo a morosidade que a reforma enfrentava. A planta original não previa o aprovisionamento das fiações elétricas e cabeamento telefônico, e teve que ser alterada, em um processo moroso que só foi concluído no final do ano passado.

“Foram incluídos alguns serviços complementares nesse novo projeto, incluindo um parque”, acrescenta o secretário de Educação e Esportes, Carlos Felipe Schmidt. O gestor é o quarto a tocar em frente o projeto de reforma do colégio agrícola.

Divulgação/Agora Laguna

‘Obra de suma importância’, afirma secretário

Os alunos, atualmente, acompanham as aulas por meio virtual por causa da pandemia do novo coronavírus, mas iniciaram o ano letivo na associação comunitária. “Esse ano, o ambiente foi dividido com madeirite, mas continua o barulho e uma sala escuta o que acontece na outra, tem a cozinha também e a gente escuta os sons que vêm de lá”, diz a educadora.

Ela lista mais algumas dificuldades: “Não temos espaços para aulas de educação física, não tem pátio, não tem onde brincar no recreio, as atividades mais dinâmicas atrapalham a outra turma. Não é um ambiente para muito tempo”.

“A obra é de suma importância para a comunidade escolar da região do Ribeirão. Nesta unidade pretendemos fazer a ampliação do atendimento da educação infantil principalmente, com a inclusão dos alunos de quatro meses a três anos”, projeta Schmidt, que afirma ter carinho muito grande pelo colégio, por ter lecionado vários anos ali, onde foi efetivado como professor.

Medo de novo atraso

A licitação ocorre em 14 de maio, segundo o Diário Oficial. A comunidade acompanha com atenção e atualmente o principal temor é que mesmo com a nova empresa, a obra não vá adiante por se tratar de um ano eleitoral.

Portal questionou a prefeitura sobre a possibilidade. A secretária de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Econômico e Social (Seplan), Morgana Rodrigues, foi categórica ao afirmar que “pretende-se executar ainda neste ano, por isso o processo foi enviado à licitação”. Já o procurador do município, Antônio dos Reis, ponderou que não há impedimento para a continuidade das obras, apenas proibição para a presença de candidatos em uma eventual inauguração.

A obra do Parobé foi orçada inicialmente para custar R$ 114.075,40, mas que não chegou a todo esse valor. A primeira construtora contratada orçou exatos R$ 96.044,39, como registra o Portal da Transparência da Prefeitura de Laguna. O Portal apurou que a empresa embolsou cerca de R$ 48 mil dos cofres municipais, que foram pagos pelos serviços executados até o momento em que os trabalhos pararam. Conforme apurado junto à Seplan, esses valores não podem ser devolvidos, mesmo com o rompimento de contrato.

Com as adequações realizadas, o projeto passa a custar globalmente R$ 148.987,17, mas o valor final pode ser mais baixo, já que a modalidade de licitação é por tomada de menor preço. “O valor justifica-se pela ampliação dos serviços a serem executados em comparação com a primeira licitação que era uma reforma mais pontual”, diz Morgana. Os recursos para o serviço são todos da prefeitura.

“Vamos cobrar agilidade e eficiência na execução da obra. Acreditamos que o ano letivo se encerará já com os alunos na nova escola”, garante Schmidt.