A experiência de uma família lagunense com o coronavírus

Família cumpriu todas as normas das autoridades de saúde e adaptou a rotina ao convívio com o vírus. Todos os dias os cômodos eram higienizados.

Neste ano, o Dia das Mães de Valdete da Silva, 53 anos, foi diferente dos anteriores. Ela foi uma das pessoas de Laguna que conviveu de perto com o novo coronavírus (Sars-CoV-2) – embora sem ter sido infectada pelo vírus –, acompanhando a recuperação do esposo Vinicius Tadeu Agostinho, 63, e da filha Victoria Silva, 20, que estão curados da doença.

Pai e filha foram os terceiro e quarto casos confirmados na cidade, respectivamente, um mês atrás. A família, que mora no bairro Magalhães, conversou com o Portal Agora Laguna e falou dessa experiência.

Não foi a primeira vez que Valdete enfrentou uma pandemia. “No ano de 2009, nós já tínhamos passado por uma outra situação parecida, pois fomos contaminados pelo H1N1. Ficamos isolados, fomos tratados e todos curados. Na época, morávamos na cidade de Içara”, relembra a matriarca da família.

Onze anos depois, a filha e o marido se infectaram e tiveram a Covid-19, doença respiratória causada pelo vírus. Eles não sabem onde podem ter se contaminado. Vinicius foi o primeiro a ter o vírus.

“No dia 19 de março deste ano, eu fui internado no hospital de Laguna, com supeita de coronavírus, que depois veio a se confirmar. O meu quadro clínico era um pouco complicado, pois após exames feitos no hospital foi constatado que eu apresentava pneumonia e insuficiência renal”, conta.

Vinicius não precisou de ventilação mecânica, mas fez tratamento na casa hospitalar antes de ir para sua recuperação domiciliar. Precisou ficar alguns dias usando soro e tinha dificuldades na alimentação.

“Meu quadro não era bom, mas, graças a Deus e os médicos do hospital, consegui me recuperar depois de muita luta. Agradeço a Deus por hoje estar livre do vírus”, diz ele.

A filha Victoria contraiu a doença do pai. “Apresentei poucos sintomas, como dor de cabeça, perda de paladar e olfato, que, apesar de serem fracos, eram bem incômodos”, comenta.

“A recuperação foi demorada e complicada — não só por causa do vírus, mas por todo o transtorno que ele trouxe pra nossa casa; porém com todos os cuidados, da minha mãe, principalmente, eu e meu pai nos curamos”, frisa a jovem.

A família cumpriu todas as normas das autoridades de saúde e adaptou a rotina ao convívio com o vírus. Todos os dias os cômodos eram higienizados. “Fiquei no meio deles. Ficava um em cada quarto, isolados, e eu tive que atendê-los com a alimentação”, relata a mãe, que não teve a doença.

“Ficar isolado também é desafiador, mas com certeza é muito melhor do que ver quem amamos sucumbindo a essa doença”, destaca Victoria.

A mãe concorda com a filha: “Na minha opinião, o distanciamento e o isolamento são muito importantes e são a única maneira de não se contaminar”.

Atualmente, em Laguna, não são confirmados novos casos há uma semana. O último, divulgado no sábado, 2, está curado da doença, assim como os outros dez casos relatados. A cidade tem apenas três pessoas aguardando resultado de exames feitos pelo Laboratório Central (Lacen), segundo boletim divulgado na noite deste domingo.

“Acredito que a mensagem que precisa ser deixada é que esse vírus não é brincadeira. Todas as medidas que nos são repassadas devem ser completamente acatadas no momento, sei que usar uma máscara e mudar os hábitos não são as coisas mais fáceis de se fazer, mas no momento é isso que salva vidas”, finaliza Victoria.

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