Prefeitos de Laguna e Pescaria Brava avaliam reunião com secretário estadual da Saúde como pouco produtiva

O governo do Estado concluiu nesta quarta-feira, 29, uma série de reuniões iniciada no dia anterior com os gestores municipais para detalhar ações e discutir meios de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em Santa Catarina. Os encontros iniciaram com os municípios do Sul, incluindo Laguna e Pescaria Brava. Para os prefeitos Mauro Candemil (MDB) e Deyvisonn de Souza (MDB) a reunião não foi proveitosa.

Candemil afirma que a reunião foi “decepcionante”, por trazer apenas dados estatísticos e informações que já eram de conhecimento da gestão municipal. O prefeito disse que apesar de manifestar desejo de falar na reunião, não conseguiu expôr, em suas palavras, o “inconformismo de não ter a certeza de que o hospital de Laguna vai ter os dez leitos de UTI” e questões referentes aos pedidos para que o Estado auxilie a implantação destes espaços na unidade hospitalar da cidade juliana.

“O governo do Estado diz que está distribuindo milhões de reais, se é que está distribuindo, porque as prefeituras falam que não chegou e para nós também não chegou… [fica] falando de recursos e não disponibiliza R$ 500 mil para o hospital fazer as adequações necessárias”, dispara o chefe do Executivo de Laguna.

Na conversa com o Portal Agora Laguna, o prefeito lamentou que os recursos do município em caixa não consigam cobrir o valor pedido pelo hospital – a prefeitura tenta meios de atender à demanda por meio da liberação judicial da verba da taxa de iluminação, a Cosip, como revelou a reportagem do site em primeira mão.

Já Deyvisonn de Souza seguiu a mesma avaliação do colega de partido e foi além, afirmou que se soubesse como seria o encontro não teria participado. “Fizeram uma reunião de dez minutos correndo, só ‘enrolation’ [sic]. Para mim, nada de prático, até me arrependi de ter participado, perdi tempo”, lamentou. O emedebista de Pescaria Brava também afirma apoiar o pleito de Laguna para a abertura dos dez leitos de UTI.

Reunião contou com secretários da Casa Civil e Saúde – Foto: Osmair Cercal/Secom

O pedido para ativação de leitos de UTI na Amurel também foi endossado pelo presidente da associação e prefeito de Imbituba, Rosenvaldo Junior (PSB). No começo da semana, o Hospital Nossa Senhora da Conceição de Tubarão conquistou a ativação de mais dez leitos de UTI.

“Nos preocupa a situação, tendo em vista que, até o momento, apenas dez novos leitos estão, efetivamente, funcionando. A gente fez um levantamento das necessidades junto aos diretores dos hospitais da região”, afirmou o prefeito de Imbituba. “Por isso, pedimos a real efetivação desses leitos de UTI. Não só para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, que é um dos maiores do Estado, mas também para Imbituba (10), Laguna (10) e Braço do Norte (10)”, pontuou.

Na videoconferência, que teve a participação dos secretários Helton Zeferino, da Saúde, e Douglas Borba, da Casa Civil, os municípios ouviram o planejamento do governo para cada região. Zeferino frisou que o foco e os investimentos da área da Saúde estão voltados atualmente para atendimentos de alta complexidade, especialmente para aumentar a oferta de leitos de UTI na rede hospitalar para os casos de Covid-19.

Segundo o governo catarinense, Santa Catarina atualmente tem 1.113 leitos de UTI em hospitais públicos e filantrópicos, entre neonatais, adultos e pediátricos. 303 são novos leitos ativados nos 48 hospitais que fazem parte da política de enfrentamento ao novo coronavírus. O Estado projeta alcançar 1.523 leitos com 713 novos leitos de UTI até 31 de maio.