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Pescadores e surfistas do Farol de Santa Marta definem normas de colaboração para a pesca da tainha

Foto: Ilhacom/Farol da Ilha

Em nota pública divulgada nesta sexta-feira, 17, a Associação de Surf e Tow-in do Farol de Santa Marta (ASTFSM), detalhou algumas medidas adotadas em acordo com pescadores locais, visando a implantação de uma série de ações, principalmente durante esse período de pandemia do coronavírus.

Assinada pelos dois últimos presidentes da entidade, Reinaldo Langer Jaeger e Helton Albino, o texto traz uma séries de temas tratados entre os envolvidos. Segundo a nota, houve consenso de grande maioria dos proprietários de imóveis em não locarem as suas casas e não incentivar o turismo na região durante esta fase mais aguda da doença.

Com base nesta decisão, boa parte da renda da comunidade dependerá do sucesso da pesca da safra da tainha, que inicia no próximo dia 1° de maio e se estende até 30 de junho. A atividade sustenta dezenas de famílias pesqueiras da região de baixa renda. A tendência de aglomerações durante a pesca tem preocupado os pescadores.

A nova diretoria da ASTFSM optou por apoiar a vontade da comunidade em desestimular o turismo e auxiliar na segurança da pesca durante a safra da tainha, garantindo assim condições para que a atividade traga o sustento para a comunidade.

“Os pescadores locais sempre foram muito parceiros dos surfistas na região, nunca havendo problemas durante da temporada de pesca, onde os surfistas sempre puderam exercer a sua atividade esportiva e manter o turismo de baixa temporada ativo na região. Este fato é exceção no território catarinense, onde se vê muita disputa entre surfistas e pescadores, assim, este é um diferencial turístico da região em baixa temporada, atraindo surfistas turistas que não podem surfar nas praias fechadas dos outros municípios, aquecendo assim a economia local”, diz um trecho da nota.

Divulgação / ASTFSM

Por conta disso, nesta quinta-feira, 16, uma reunião entre alguns diretores da associação com lideranças da pesca na Prainha e Cardoso, foi realizada para elaborar novas normas durante o período da pesca, além de um plano de ação para garantir a atividade pesqueira. No encontro, ficaram definidas algumas ações como:

  • As praias do Farol de Santa Marta (Cardoso, Prainha, Cigana e Praia Grande) ficarão fechadas para a prática do surfe durante a vigência dos decretos públicos que restringem a prática. Este fechamento será apoiado e fiscalizado pelos surfistas e pescadores locais;
  • Durante a temporada de pesca da tainha, as praias do Cardoso e da Prainha ficarão 100% fechadas para o surfe. Isto objetiva deixar a praia para exclusividade da pesca, com o mínimo possível de pessoas durante a safra, prevenindo ao máximo aglomerações;
  • O surfe da praia do Cardoso será liberado apenas em grandes ondulações, proporcionando que os atletas possam treinar a modalidade Surfe de Ondas Grandes, que é realizado apenas em poucas ocasiões durante o ano.
  • O surfe na Praia Grande e na Cigana será liberado durante a temporada de pesca da tainha, porém com maiores restrições. Caso os pescadores estiverem na praia, atrás de algum cardume, os surfistas não poderão entrar na água, nem ficar na areia e deverão se dirigir a alguma das praias vizinhas. Caso não tiver pescador na praia, o surfista poderá entrar na água;
  • Serão articuladas ações com a prefeitura de Laguna para fechar os acessos de carros na praia durante a temporada de pesca. Serão articuladas também melhorias na rampa de acesso de embarcações na praia do Cardoso (ao lado do posto de guarda-vidas), garantindo assim o acesso das embarcações pesqueiras de maneira segura. Na rampa será instalada uma corrente com cadeado, restringindo o acesso da população;
  • A ASTFSM, em conjunto com os pescadores, formulará um plano de ação para aplicar durante momentos da pesca que possam gerar aglomerações. Serão contatadas instituições públicas como a Polícia Militar, a Guarda Municipal, os Bombeiros e a Prefeitura de Laguna para apoiar este plano e dar suporte à prevenção contra aglomerações;
  • A associação ajudará a confeccionar placas educativas e de orientação para serem instaladas nas praias durante a temporada de pesca, além de orientar os surfistas, no momento de liberação do esporte, que não permaneçam na praia e não façam aglomerações. Deve-se manter distância segura entre os surfistas dentro da água também.

Todas as medidas adotadas podem ser alteradas, segundo a associação, conforme mudanças no panorama geral da pandemia e da pesca. Toda e qualquer mudança no regramento será comunicada aos surfistas em notas públicas.