Até o início da década de 1970, uma alternativa para quem quisesse viajar para as cidades do Sul de Santa Catarina era utilizar o trem-horário da então Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina. Passados pouco mais de 40 anos desde a última viagem, 170 turistas puderam reviver a experiência de trafegar de trem em uma locomotiva alemã preservada com absoluto cuidado pelo Museu Ferroviário de Tubarão.
Esse contato com a história e a possibilidade conhecer paisagens diferentes das tradicionais de Laguna foi o que motivou a turista gaúcha Deise Ribeiro a sair de casa do domingo, 12, com o marido e a filha. “Achamos muito legal. Paisagens muito bonitas. E a gente pretende viajar de novo para outros passeios [que o trem faz]”, comenta a moradora de Canoas, cidade do litoral do Rio Grande do Sul.
Um grupo de amigas de Jaguaruna escolheu a viagem como o programa de fim de semana, já que além do passeio, poderiam curtir a praia do Mar Grosso. “Foi a primeira vez que nós fizemos e nas próximas estaremos de volta se Deus quiser”, prevê a passageira Sônia Garcia Tomé. A viagem foi acompanhada de serviço de bordo e por uma dupla de sanfoneiros que fizeram a animação musical do dia.
“Laguna é realmente um dos passeios mais procurados pelos turistas. Ano passado, nós fizemos mais de nove viagens aqui para a cidade, aqui tem a ponte e tem um trecho em que o trem passa por um túnel e fica todo no escuro”, diz o voluntário do museu, Jefferson Vitorino.
Locomotiva tombada preserva características
“A história dela é bem peculiar”. A fala da museóloga Silvana Silva resume muito bem toda a história que a locomotiva Jung Jungenthal número 5, carrega em seus vagões. O maquinário fabricado na Alemanha foi um dos últimos a serem importados de fábrica pelo Brasil e veio destinada exclusivamente para atuar no lavadouro de carvão da antiga Companhia Siderúrgica Nacional, em Capivari de Baixo, que à época ainda era um distrito de Tubarão.
Reformada e preservada, a máquina puxa um comboio com vagões de madeira da década de 40 e que mantém características originais. O Museu Ferroviário é o único no Brasil a utilizar regularmente locomotivas tombadas em linhas turísticas. “Quando a pessoa passeia em uma locomotiva do nosso acervo, ela vive o que os passageiros viviam naquela época”, explica Silvana.
Impulsionada por motor a vapor, a locomotiva é composta por três partes principais: caldeira (produz vapor usando energia do combustível), máquina térmica (transforma energia do vapor em trabalho mecânico) e a carroçaria, responsável por carregar o resto da composição. A nuvem densa liberada pela chaminé, formada por vapor e fuligem, deu às máquinas desse gênero o apelido de maria-fumaça.
Os passeios
Para quem ficou interessado em viajar pelos trilhos da ferrovia, o museu agendou dois passeios para começar 2020 com a locomotiva a todo vapor na região de Laguna:
- Dia 9 de fevereiro – 1º pacote: visita ao museu, ida e volta (sem desembarque), percurso Tubarão a Laguna. Valor: R$ 70,00, por pessoa.
- Dia 9 de fevereiro – 2º pacote: visita ao museu, ida e volta (sem desembarque), almoço incluso no Hotel Sandrini (com translado incluso) em Tubarão). Valor: R$ 185,00, por pessoa.
- Dia 26 de janeiro: custa R$70,00 por pessoa e crianças até cinco anos não pagam se viajarem no colo. No pacote estão inclusos: a visita ao museu, passagem de trem ida e volta, apresentações culturais. Esse é um passeio bate e volta, ou seja, não haverá desembarque na cidade. Saída 8h30 e retorno às 10h30.
Um outro passeio está previsto para a região carbonífera no dia 2 de fevereiro:
- Urussanga x Esplanada: saída prevista da estação de Urussanga às 8h30 e às 14h, seguindo até o bairro Esplanada (Içara), com possibilidade de escolha de horário. O passeio dura três hora e custa R$ 70 por pessoa – criança até cinco anos não paga.
As passagens podem ser compradas diretamente no museu ferroviário, localizado na Avenida Expedicionário Pedro Zapelini, Oficinas, em Tubarão; ou reservando via depósito bancário pelo telefone (48) 9 9938-3684 (Jefferson). Outras informações: (48) 3632-3450 (museu).