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Júlio Garcia, presidente da Alesc: ‘Impeachment é para situações extremas’

A poucos dias do retorno das atividades legislativas, o presidente da Alesc, deputado estadual Júlio Garcia, esteve novamente em Laguna, desta vez para acompanhar encontro de capacitação promovido pelo diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD), na última quinta-feira, 23.

Em rápida entrevista ao Portal Agora Laguna, logo após o fim da reunião, o parlamentar falou sobre as perspectivas para 2020 e a discussão do processo de impeachment protocolado pelo defensor público Ralf Guimarães Zimmer Junior contra o governador Carlos Moisés (PSL) e a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido).

Zimmer Junior sustenta tese que questiona a decisão administrativa do governo que aumentou o salário dos procuradores do Estado a partir de outubro de 2019. A ação teve objetivo de equiparar os valores com o salário dos procuradores da Alesc, que é, em média, de R$ 35 mil mensais. Além de Moisés e Daniela, o pedido atinge ainda Jorge Tasca, que está à frente da Secretaria de Estado da Administração.

Na avaliação de Garcia, o fato apontado pelo defensor público é um caso pontual. “O instituto do impeachment foi criado na Constituição de 88 para situações extremas. Eu acho que o pedido [protocolado por Zimmer Junior] não está tratando de uma situação assim. Santa Catarina não vive uma crise em função desse ocorrido”, afirmou

O deputado seguiu reforçando: “Se houver ilegalidade ou irregularidade ela pode perfeitamente ser corrigida sem necessidade de impeachment. O impeachment é para situação extrema, de crise e não é o caso de Santa Catarina”. Para o pessedista, a petição do defensor público deve terminar nos arquivos. “Tenho a convicção de que o pedido vai ser arquivado na assembleia”, pontuou.

Previdência na pauta

As discussões da Alesc, no entanto, vão iniciar pela proposta de reforma da previdência. “É um projeto que atinge muitas pessoas e famílias e tem que ser tratado com respeito, responsabilidade e com bom senso”, comenta Garcia.

Segundo o presidente do Legislativo, a matéria iria entrar em pauta ainda no ano passado, mas ficou para 2020, para que os deputados tenham mais tempo para analisar e discutir o texto. “E que ao final [desse processo de discussão] possamos fazer as mudanças necessárias e votar um projeto compatível com todos aqueles que são envolvidos na reforma. A proposta é importante, mas precisamos respeitar direitos adquiridos, agir dentro da lei, e respeitar a história dessas pessoas [alvos da proposta]”, pontua o deputado.

Encontro trouxe lideranças para capacitar pré-candidatos

No encontro da semana anterior, o PSD reuniu seus pré-candidatos a vereador junto das lideranças estaduais. Conforme o partido, a nominata está quase fechada e atualmente há 15 nomes já apontados para a disputa das cadeiras da Câmara Municipal.

Além do presidente da Alesc, a legenda trouxe para Laguna outras lideranças como Camila Nascimento (vereadora em Criciúma), Roberto Kuerten (prefeito de Braço do Norte e presidente da Amurel) e Napoleão Bernardes (ex-prefeito de Blumenau).

“É uma oportunidade importante de compartilhar vivências e experiencias práticas até para motivar pessoas que tem o desejo de melhorar sua comunidade, a sociedade, e fazer a política bem exercida que é o caminho para essa transformação”, comenta o pessedista blumenauense, filiado desde 2019 ao partido.

“Esta foi uma reunião mais motivacional, para que eles acreditem que podem fazer uma campanha diferente, criativa, e [saber] que uma derrota pode ser uma vitória mais à frente”, comenta o presidente do diretório municipal Patrick Paulino. De acordo com ele, até outubro, vão acontecer outros encontros do gênero para apresentar normas jurídicas, práticas eleitorais, entre outros.

Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna