Anunciado em agosto, o projeto da Defesa Civil catarinense de distribuir o aço usado na sustentação da Ponte Hercílio Luz, de Florianópolis, entre os demais municípios do estado, foi bem recebido pelas cidades catarinenses. O metal retirado seria vendido a preço de sucata e poderá ser aplicado na criação de mais 532 pontes.
Uma das cidades que solicitou o kit para a construção das pontes é Pescaria Brava, segundo detalhou um levantamento do Portal Infosul. O prefeito Deyvisonn Souza (MDB) confirmou à reportagem do Portal Agora Laguna o pedido e adiantou que o material, assim que for recebido, será aplicado em uma ponte na comunidade de Carreira do Siqueiro.
A ideia é que o material seja usado na contração de 79 pontes de quatro metros, 227 pontes de cinco metros, 85 pontes de seis metros, 41 pontes de sete metros, 47 pontes de oito metros, 31 pontes de nove metros e 22 pontes entre 10 a 15 metros com largura de 5,10 metros. Da Hercílio Luz, foram retirados mais de 1338,971 toneladas de aço.
A maior parte das pontes que serão substituídas, são estruturas vicinais erguidas em sua maioria com madeira e são utilizadas para escoamento de produtos agrícolas além de atendimento ao deslocamento da população local.
Como funciona
A iniciativa é formada a partir de um acordo entre o Estado e a cidade interessada. A Defesa Civil fornece um kit (estrutura principal e guarda-corpo metálicos) e os projetos das cabeceiras, do pilar central, da pré-laje e tabuleiro. Isso inclui, ainda, manual de montagem e de manutenção e conservação da estrutura.
Por outro lado, o município fica responsável por executar a construção das cabeceiras, do pilar central (se necessário), pelo transporte do kit desde a fábrica até o local de instalação, montagem do kit e execução do tabuleiro conforme projeto e manual de montagem, com validação por parte da equipe de engenharia municipal.
A Hercílio Luz
Construída entre 1922 e 1926, a ponte – inicialmente prevista para ser chamada ‘Independência’ – foi idealizada pelo governador catarinense Hercílio Pedro da Luz, que morreu antes de ver a estrutura concluída e em homenagem, empresou seu nome à única ponte. A construção da estrutura foi feita para ligar a região da ilha da capital do Estado à sua parte continental, substituindo o antigo serviço de ligação por balsas.
A estrutura foi interditada pela primeira em 1982, sendo reaberta em 1988 e fechada em definitivo para reformas em 1991. A ponte começou a ser reformada com mais intensidade em 2005, numa parceria do governo catarinense com a prefeitura de Florianópolis. Prevista para ser entregue em 2012, a obra vai ser reaberta em 30 de dezembro de 2019.
A festa de abertura será feita com o atrativo especial de 172 veículos antigos tendo o prazer de serem os primeiros a dirigir sobre a ponte, que é considerada o cartão-postal da capital catarinense. Embora a inauguração tenha tráfego de veículos, o pensamento da administração de Florianópolis é abrir primeiro a passagem para pedestres, ciclistas, e ônibus das linhas urbanas, e só no segundo semestre de 2020 permitir a circulação de veículos particulares.