Tudo começou com uma viagem para visitar os parentes na Grécia em 1992. Ao retornar, além da emoção de visitar a terra natal, Efstathios Anastasiadis – o ‘seo’ Estácio como era mais conhecido – trouxe na bagagem várias plantas para Laguna.
Ele plantou em diversos lugares da cidade: na rótula do Portinho, na do Cine Mussi, no Magalhães também. Mas foi no canteiro em frente à sua lanchonete King’s, no Centro Histórico, defronte à lagoa Santo Antônio, que as flores gregas germinaram com mais vigor e resistiram ao tempo e às ações de vandalismo.
Foram mais de 20 anos cuidando do canteiro, que evoluiu e virou praça. Estácio só deixou de cuidar das plantas quando os sinais da idade começaram a aparecer anos atrás e o afastaram do ‘hobby’ de jardineiro.
“Como tinha esse espaço, ele começou a plantar. Não tinha quase nada ali, falou com a prefeitura e trouxeram terra, alguns clientes também doaram materiais”, relembra o comerciante Jorge Anastasiadis, filho do saudoso jardineiro, que acrescenta que o pai sempre doava flores, mudas, e folhas para chá.
Ao falar do pai, Jorge diz que herdou vários dons do ‘seo Estácio’, mas lamenta não ter conseguido capturar o talento que o ‘pequeno grande homem’ tinha para a jardinagem.
“Eu ficava olhando ele ali. Quando ele parou, tentei, plantei, mas as flores não vingaram. Ele, em uma vez só, plantava com carinho e já enraizava. O homem realmente era incrível, a mão dele era especial para plantar as flores”, lembra, emocionado.
Efstathios Anastasiadis morreu em 19 de outubro e seu nome foi aprovado pela Câmara de Vereadores para que possa ser eternizado como nomenclatura da praça que sempre cuidou.
Para o prefeito Mauro Candemil (MDB), o homenageado teve um trajetória marcante na sociedade lagunense. “Foi incentivador de que plantássemos mais flores por nossos jardins, que é o que estamos fazendo na praça da matriz. É cidadão honorário de Laguna e por tudo isto e muito mais é que a praça leva o seu nome”, pontua. “Fico feliz por ele ser lembrado como um homem que sempre gostou de flores, sempre foi apaixonado por natureza, e por Laguna principalmente”, finaliza Jorge.