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Imprensa lembra Jerônimo Coelho e reacende vinda do colégio militar para Laguna

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A memória do militar e político Jerônimo Coelho, fundador do primeiro jornal de Santa Catarina, foi lembrada na manhã desta terça-feira, 30, em solenidade que comemorou o 188º ano deste feito. O evento, organizado pela Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e lojas maçônicas locais, atraiu nomes da comunicação, Maçonaria, e autoridades civis e militares para a Praça Jerônimo Coelho, no Centro Histórico.

Para o jornalista e presidente da ACI, Ademir Arnon, este ano o evento obteve grau de importância mais elevado, em relação aos anteriores, por conta das novidades apresentadas. “Assinamos um protocolo junto com a Secretaria de Educação do município, para criarmos um projeto onde nós vamos realizar [um concurso de] redações nas escolas públicas e particulares”, explica Arnon. Conforme o dirigente, esse mesmo concurso será replicado em Florianópolis, com apoio da prefeitura da capital.

Ao ser questionado sobre o panorama da imprensa, principalmente em uma época de disseminação veloz de informações e de compartilhamento de fake news, o jornalista é enfático: “Isso [notícia falsa] é uma preocupação da ACI e por isso estamos investindo em inovação, preparação e aperfeiçoamento dos profissionais de comunicação. Acredito que a imprensa tem que ser parceira, pontuar e continuar com os preceitos constitucionais. Somos um dos pilares do estado democrático. Mas sem demonizar o poder público, pois sabemos que o homem público sempre tenta fazer o seu melhor”. “A ACI é pró-ativa, nosso foco é trabalhar por Santa Catarina”, finaliza o dirigente.

A cerimônia na praça foi abrilhantada pela Sociedade Musical União dos Artistas, mais antiga banda civil em atividade no Brasil e teve sua continuidade com almoço na sequência no Laguna Praia Clube.

Obras da escola Jerônimo Coelho são visitadas

Inclusa no programa oficial da cerimônia, a visita às obras de reforma e ampliação do prédio da escola Jerônimo Coelho (inativo desde 2017), possibilitou a visualização do panorama real da situação da estrutura (erguida em 1911), que caminha para receber um núcleo do Colégio Militar Feliciano Nunes Pires. O papel da imprensa na vinda do colégio para a cidade juliana foi lembrado nos discursos do dia.

“A Polícia Militar junto com a Secretaria da Educação vem desenvolvendo um projeto para expandir as escolas de natureza cívico-militar por todo estado. Tivemos uma reunião com o governador, no que diz respeito a alocação de recursos, pessoal e até umas mudanças legislativas necessárias”, relata o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto Araújo Gomes. “O colégio de Laguna ficou mapeado para integrar este projeto. Estamos ainda vendo se ela será uma escola militar pura ou uma cívico-militar com participação mais ativa da Educação. Mas, com certeza, uma vez inaugurada essa escola vai estar viva com alunos fardados”, completa.

De acordo com o prefeito Mauro Candemil, as afirmações do comandante militar são promissoras e mantém viva a esperança de a cidade receber a implantação do núcleo do colégio militar – até o momento, existente apenas em legislação. O chefe do Executivo municipal diz ainda que deve se aguardar também a definição quanto à abertura das primeiras turmas do núcleo educacional.

Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

Livro sobre fundador será lançado em novembro

Para muitos escritores, Jerônimo Coelho foi o catarinense de maior evidência nos tempos do Império, inclusive sendo integrante do gabinete ministerial da época, chegando a ocupar também a presidência das províncias de Grão Pará e São Pedro do Rio Grande do Sul.

“É uma referência não só para Laguna, mas para todo Brasil. Foi um homem ímpar. Jerônimo Coelho trabalhou incansavelmente, sempre visando o melhor para a população. Seu nome merece ser enaltecido sempre”, resume o odontólogo Wagner Zopelaro, que representou a Maçonaria no evento, sobre a figura história do militar lagunense.

A declaração de Zopelaro vai ao encontro do anúncio feito pelo jornalista Moacir Pereira no evento. Após tratativas com a família do ex-desembargador Norberto Ulysséa Ungaretti (morto em 2014), ACI e Maçonaria, o jornalista anunciou no evento que fará o lançamento, em novembro, da obra inédita sobre a biografia de Jerônimo Coelho, que o magistrado vinha escrevendo antes de falecer.

Segundo o colunista, foram 15 anos de pesquisa feitos por Ungaretti sobre a vida e obra do fundador da imprensa e o mês de lançamento foi escolhido por ser o mesmo do aniversário de 50 anos da Loja Maçônica Jerônimo Coelho, de Florianópolis. “Foi a maior pesquisa, já feita em Santa Catarina, com um texto brilhante e talentoso do doutor Ungaretti. Essa é a grande notícia dos 188 anos da fundação da imprensa”, frisa o colunista, que pediu maior valorização à cultura de Laguna, inclusive colocando a ACI (onde é conselheiro) à disposição para lutar por recursos estaduais para as bandas da cidade.

Homenageado do dia, a figura do militar e político lagunense foi representada teatralmente pelo aluno João Henrique, 11 anos, do Colégio Stella Maris, em uma de suas primeiras investidas no mundo artístico. “Me sinto muito honrado por ter participado dessa cerimônia. Ainda mais por ter feito o papel de Jerônimo Coelho. Foi muito de última hora [o papel], mas acho que consegui fazer tudo direito e como ensaiado”, finaliza o estudante, que integra os quatros da recém-criada oficina teatral Arte & Educar.

Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

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