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Prejuízos com enxurrada podem chegar a R$ 5 milhões, segundo prefeitura

A Defesa Civil de Laguna está finalizando o relatório detalhado dos prejuízos após as fortes chuvas que atingiram a cidade principalmente no último dia 24. Os dados fazem parte do Formulário de Informações do Desastre (Fide) já cadastrado no Sistema de Proteção e Defesa Civil (Sindpdec).

Até agora, foram contabilizados R$3.232.478,61 (três milhões, duzentos e trinta e dois mil, quatrocentos e setenta e oito reais e sessenta e um centavos). Esses valores se somam aos R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), referentes aos prejuízos econômicos da agricultura e pecuária, em levantamento técnico realizado pela Epagri em conjunto com a Secretaria de Pesca e Agricultura (Sepagri). Os dados foram incluídos no Laudo de Perdas na Agricultura e Pecuária e ainda podem sofrer alterações.

“As despesas foram muitas e somados todos os prejuízos que ainda estão sendo feitos, podemos chegar a cinco milhões de reais. Estima-se em mais de cem gados mortos na Madre, segundo a Cooperativa de Criadores de Gado”, destaca o prefeito Mauro Candemil.

Segundo a Epagri/Ciram, choveu mais de 270 milímetros entre os dias 23 e 25 de maio. O município registrou muitos estragos na malha viária, deslizamentos e vários pontos de alagamentos na área rural e urbana da cidade, o que fez com que o prefeito decretasse situação de emergência, no dia 25 de maio, através do Decreto 6.060/2019.

Uma força-tarefa foi montada para recuperar os pontos mais graves. “Uma situação que nos entristeceu muito, mas seguimos com muita vontade de reverter esse quadro o mais breve possível”, salienta Candemil.

O relatório detalhado feito pela Defesa Civil traz a descrição das áreas mais afetadas, além de discriminar os danos humanos, materiais e ambientais sofridos pelo município no período. Foram ao todo 262 pessoas desalojadas e três desabrigadas, que precisaram de auxílio com abrigo temporário em função dos danos.

“Com esse levantamento, vamos buscar suporte financeiro junto a Defesa Civil do estado e nacional”, destaca o coordenador da Defesa Civil municipal, Antônio da Silva.

Foi realizada a vistoria em 64 unidades habitacionais, onde foi constatado precariedade nas residências decorrentes das chuvas. Houve ainda dano parcial em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no bairro Cabeçuda e duas unidades públicas de ensino, em Bananal e Cabeçuda, que foram danificadas de forma parcial.

Prejuízos na agricultura e pecuária

Olericultura : aproximadamente 10 hectares com produção de alface, tempero verde, rúcula, espinafre, radiche, couve folha, cenoura, beterraba, entre outros. As culturas com mais perdas foram: Alface 80%, tempero verde 50%, rúcula 100%, couve folha 30%, cenoura 30%, beterraba 30%.

Bovinocultura de corte/leite/cria e recria: Presente nas comunidades de: Portinho, Barbacena, Bananal, Morro Grande, Parobé, Ribeirão Pequeno, Ribeirão Grande, Madre, Ipuã, Santa Marta Pequena, Campos Verdes, ‘Casqueiro’, Canto da Lagoa, Canal da Madre, Caputera, Perrixil, Bentos, Estreito. Todas essas comunidades foram atingidas. Essas áreas, mesmo após a saída das águas, só voltarão a produzir pastagens a partir do mês de outubro.

Campo da Eira – 500 hectares. Perda de 90% de pastagens. Mortalidade de bovinos – 50 cabeças entre machos e fêmeas, 1 a 6 anos.

Campo da Patural – 500 hectares. Perda de 70% de pastagens. Mortalidade de bovinos – 15 cabeças entre machos e fêmeas, 2 a 5 anos.

Canal da Madre – 30 cabeças entre machos e fêmeas.

Gastos com movimentação de animais e transportes: R$ 30 mil.

Despesas com rações, suplementos vitamínicos e minerais: R$ 400 mil. Lucros cessantes – Prejuízos no agronegócio: R$ 350 mil.

Pesca artesanal – A pesca extrativista de crustáceos e peixes sofreu uma queda de 70%, devido às águas dos rios que desembocam no complexo lagunar sul, afetando várias famílias de pescadores, onde haverá um grande problema financeiro e social, tendo em vista que a pesca artesanal é a principal atividade econômica no município.

Os dados apurados foram obtidos através de vistorias realizadas por técnicos da Sepagri em propriedades e em reuniões com o Sindicato Rural do município, agricultores, pecuaristas, pescadores e equipe técnica da Epagri.

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