A bravura e garra dos pracinhas brasileiras, enviados à Europa durante os combates da 2ª Guerra Mundial, entre 1944 e 1945, foram lembradas na manhã desta quinta-feira, 09, em solenidade que marca a comemoração do Dia da Vitória, como homenagem à data que simbolizou o término de um dos mais sangrentos e bélicos conflitos vividos pela história mundial.
“Nós passamos trabalho, perdemos muita gente e muitos navios, mas estou aqui graças a Deus. Agradeço a todos pela homenagem”, destaca o veterano Jamil Corrêa da Silva, ex-combatente. Aos 92 anos de idade, “seu” Jamil recebeu comenda oferecida pelo prefeito de Laguna, Mauro Candemil.
A solenidade que acontece pela segunda vez em Laguna é promovida pela 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, sediado em Tubarão. “É um evento que merece a participação de todos, não só dos militares, mas da sociedade civil. É uma homenagem àqueles que chegaram ao estágio máximo de dedicação à pátria, inclusive dando a própria vida”, ressalta o major Tadeu Poerschki de Oliveira, comandante da companhia.
Para o capitão de corveta Aldo Carvalho dos Santos, delegado da Capitania dos Portos em Laguna, a participação das crianças na formatura é um dos fatos que também devem ser destacados. “Isso é muito importante, eles são o futuro da nação. É um evento em que homenageamos os combatentes da 2ª Guerra Mundial, sobretudo, aqui na cidade, ao senhor Jamil, que participou daquele combate”, comenta o oficial.
As cerimônias de lembrança do Dia da Vitória (V-Day, como é chamado em inglês) foram encerradas com a palestra ‘O Brasil na Segunda Guerra’, ministrada pelo casal Eduardo Reis Mendonça e Ana Cláudia de Camargo Mendonça. Eles atuam como guia de turismo e fazem parte do Grupo de Reencenação Histórica Monte Castelo que visa manter viva a memória dos pracinhas brasileiras.
Vestido com os trajes de um soldado da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Reis, que veio de São Paulo para morar em Criciúma, cuida com a esposa da parte histórica dos pracinhas expedicionários. “Esse foi um momento no passado do país muito importante, que, apesar da guerra, trouxe progresso para o Brasil, pois conseguimos em acordo com os americanos a primeira siderúrgica nacional e modernização das Forças Armadas”, relata.
“A memória desses homens e mulheres que foram à guerra lutar contra o maior exército do mundo [da Alemanha nazista] ficaram esquecidos. Por exemplo, aqui em Laguna, temos um herói [Clito Araújo] que morreu na guerra. Nosso trabalho é chamar a atenção e contar a história deles”, frisa.
Recortes históricos da entrada brasileira na 2ª Guerra Mundial também foram lembrados pelo historiador Adílcio Cadorin, durante a cerimônia realizada em frente ao busto de Clito Araújo, na praça dos Ex-Combatentes, próximo à companhia de Polícia Militar Ambiental.