A região do Farol de Santa Marta, popularmente chamada de região da ilha, deve ganhar em breve uma intendência para atuar junto à população local. Proposta pela prefeitura, a criação do órgão visa resolver a dificuldade das demandas das comunidades como Santa Marta, Passagem da Barra, Campos Verdes, e outras, de chegarem até à administração municipal, principalmente por conta das distância das localidades.
“Nós queremos que a ilha esteja mais próxima do centro administrativo, já que a região é separada pela balsa. Preciso ter uma intendência que seja os nossos olhos no dia-a-dia da ilha com relação a manutenção das estradas, pavimentações, escolas, postos de saúde, isto é, estar presente para proporcionar maior conforto aos moradores”, afirma o prefeito Mauro Candemil. O chefe do Executivo não revela o nome de quem será o intendente, mas adianta que o cargo será ocupado por algum morador com entendimento profundo sobre a localidade.
O projeto foi aprovado por maioria na Câmara de Vereadores. “Essa criação era para ter acontecido 50 anos atrás e nós conseguimos sensibilizar o prefeito [para cria-lá] com estrutura mínima, com apenas dois funcionários. Ela vai funcionar praticamente como ouvidoria e espero que as próximas gestões aumentem a intendência, com mais máquinas e funcionários”, explica o vereador Cleosmar Fernandes (MDB), presidente da Câmara.
“Acho que é um projeto de cunho eleitoreiro. Os problemas da região da ilha não nasceram agora, já vem recorrentes há muito tempo. Os vereadores têm feito requerimentos e nunca foram atendidos de maneira clara, não precisa de uma pessoa, duas ou três”, contrapõe o progressista Peterson Crippa, que afirmou durante a sessão de terça-feira, 21, que estruturas similares também seriam necessárias, nas localidades da região Norte e Distrito de Ribeirão Pequeno, por exemplo. Para a prefeitura, a possibilidade de novas intendências, comentada pelo vereador, não estão em pauta no momento e poderão ser discutidas após análises dos resultados no órgão no Farol de Santa Marta.
Para o vereador, a proposta faria mais sentido se fosse criada em 2017, primeiro ano da gestão Candemil. “O fato de ter uma intendência poderia ser feito se fosse no início de governo, criando uma sede onde a população não precise vir até o centro, atravessar a balsa, para fazer um processo administrativo. Colocar uma, duas ou três pessoas para fazer o que os vereadores já fazem é eleitoreiro. Se é para botar alguém ali, ao invés de criar e tornar mais custoso ao erário, deveria deslocar pessoas que já estão em cargos comissionados”, finaliza o edil, além dele, Nádia Tasso (MDB) e Kleber Roberto Lopes (PP), foram contrários à iniciativa.
A fala de Crippa é refutada pelo presidente da Casa. “Não são dois cargos novos, são vagas sendo transferidas por conta dessa criação. Um está saindo da estrutura da Secretaria da Pesca e outro, da Secretaria de Finanças. É uma atitude honrada e legítima do prefeito em favor daquelas pessoas que moram na ilha, há tantos anos abandonada. Está se criando, sim, uma estrutura nova: a Intendência da Ilha”, sustenta Fernandes.
“Como moradora e conhecedora das necessidades das nossas comunidades, eu entendo que a criação da Intendência da região da Ilha, trará um avanço nas nossas prioridades. É importante que a gestão faça um trabalho de apontar as principais necessidades, com diálogo, dentro das comunidades”, comenta Maria Aparecida dos Santos Ramos, uma das lideranças da região.
O projeto segue para sanção do Poder Executivo, entrando em vigor na data da publicação no Diário Oficial. A administração municipal não estipulou prazos para a implantação da intendência.