O casal Jair e Érika Foss, foram na noite de sábado, 09, buscar água na Fonte da Carioca, assim como muitos lagunenses fazem diariamente, uma tradição na cidade. No entanto, enquanto o marido enchia um galão com água e ela aguardava, uma cobra do gênero jararaca, a picou.
“Acredito que o bicho tenha ficado acuado, pelos movimentos de encher um galão, dois… No terceiro, que ela deu bote”, explica Jair. A esposa foi mordida pelo réptil no dedo menor do pé direito.
Imediatamente ele, segundo relata, levou a esposa ao hospital da cidade para os primeiros tratamentos. “Logo entraram em contado com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) e como fiz a foto da cobra já passaram para eles e a foto da picada. Em 30 segundos já tínhamos o diagnóstico e informações de todos os medicamentos”, comenta.
O empresário diz ainda que o hospital possuía em estoque o soro antiofídico e que imediatamente foram feitas as medicações. “A Érika, minha esposa, continua internada fazendo exames periódicos para que se verifiquem possíveis sangramentos, hemorragias. Mas está tudo certo até o momento”, conclui Jair.
A espécie
A espécie Bothrops jararaca possui costumes terrestres, porém, pode apresentar hábitos arborícolas, especialmente, nos exemplares juvenis. O grau de locomoção da cobra é baixo, se movimentando pouco. A atividade desses animais são crepusculares e noturnos, mais intensos durante as estações chuvosas – o caso registrado na cidade, foi após registro de chuvas.
“Nessa mata fechada dos morros [elas fazem o habitar] e não é diferente a do morro da Fonte da Carioca. Detalhe [nesse caso], era um filhote, com certeza existe outros e um adulto na área todo cuidado é pouco”, salienta Robson Vieira, sargento da Polícia Militar Ambiental de Laguna. As fêmeas da espécie produzem de 12 a 18 filhotes por vez e os nascimentos acontecem durante as épocas chuvosas.
Ainda segundo o policial, mesmo sendo filhote, o exemplar nasce com uma quantidade de veneno considerável. As cobras dessa espécie são as grandes responsáveis pelos casos envolvendo esses gêneros de répteis. Como possuem a facilidade da camuflagem e o hábito de serem imóveis, acabam possibilitando os ataques – quando acuadas – às ameaças.
O veneno das Bothrops é muito potente e causa dor e edema no local picada, podendo haver sangramento não só onde houve a mordida, mas em ferimentos pré-existentes e nas gengivas. O antídoto mais indicado é o soro antibotrópico, específico para picadas de jararacas. Como medida preventiva, ao entrar em uma mata, deve-se sempre calçar botas, tomando cuidado ao aproximar as mãos e o próprio rosto do chão, evitando, dessa forma, um possível bote e a inoculação do veneno.
Caso a pessoa seja picada pela jararaca ou outra cobra, a recomendação é procurar imediatamente um posto de saúde ou hospital para aplicação do soro indicado para o caso. Informações sobre essas mordidas podem ser obtidas pelos telefones: 0800-722-6001 (Disque-Intoxicação) e 0800-721-300 (CIT).