Uma prancha fabricada com materiais biodegradáveis. Do isopor, que é totalmente reciclável, até a resina utilizada, feita a partir da mamona. E com a mesma resistência das utilizadas pelos campeões mundiais. A peça poderia ter sido criada por uma das grandes marcas internacionais, mas foi produzida em Tubarão, por um lagunense apaixonado por surfe e pelo meio ambiente.
Fabricando pranchas desde 1985, Mario Ferminio já dava os primeiros passos na produção de peças menos tóxicas no fim dos anos 80, quando começou a utilizar a resina de epóxi, substituindo a de poliéster, mais comum no mercado, porém, que causa mais danos à natureza.
“Eu fui para a França e trouxe toda a tecnologia de lá. Nestes anos, produzi mais de 10 mil pranchas”, conta o “shaper”, que além da região, levou suas criações para o Guarujá, no litoral de São Paulo, lar de alguns dos principais surfistas do Brasil.
A ideia da nova prancha surgiu quase por acaso. Ferminio conheceu a resina vegetal por meio de uma arquiteta carioca, quando buscava alternativas para impermeabilizar móveis de reciclagem – de um outro projeto do profissional.
“Quando fiz o teste na prancha, eu não conseguia estabilizar a resina. E comecei a brincar com ela. Colocar produto aqui, produto ali para estabilizar. Até que em uns seis meses, eu encontrei uma solução”, revela.
Segundo o criador, todas as pranchas serão verdes, em alusão a natureza. E ele garante que ela está testada e aprovada.
“A primeira vez que eu coloquei ela na água foi emocionante. Nem na primeira vez que eu surfei eu senti tanta emoção”, confessa.
“Tenho um amigo que está com uma há quatro meses. E desde então só tem usado ela”, completa. O projeto, segundo Ferminio, é inédito em todo o mundo, e ele levará para uma feira especializada em pranches de surfe, em novembro.“Desenvolvi todo um projeto de prancha. É uma coisa inédita e está chamando a atenção. Hoje o mundo caminha para a sustentabilidade. E está saindo de Tubarão”, completa.